Conheça um hotel diferente no Rio de Janeiro

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1 de maio 2015

Desde criança, o francês Benjamin Cano sonhava abrir um hotel. Do Brasil sentia medo. Em abril de 2009 superou seus temores e embarcou para o Rio de Janeiro com o marido, Louis Planès, para passar dez dias. “Os amigos diziam que éramos loucos, que a cidade era perigosa, mas fizemos a viagem mesmo assim”, conta Cano ao Viajar é Simples. O casal se apaixonou pelo local. Voltaram para passar dois meses e depois decidiram largar a vida na França e morar em terras brasileiras.

O casal, que tinha medo do Rio de Janeiro antes de conhecê-lo, comprou uma casa histórica, quem diria, bem na subida para os morros do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, na Rua Saint-Roman, número 222. O local fica entre Ipanema e Copacabana, a cinco minutos a pé da orla. “Quem sobe a ladeira por Copa acompanha o movimento dos moradores das comunidades, pelo lado de Ipanema, não”, explica Cano.

A propriedade adquirida pelo casal é de 1943. Eles a compraram em 2010, mas só abriram o hotel em 2011, após reforma geral que durou 14 meses. Além da casa original, construíram, ainda, um anexo com mais cinco quartos inaugurados em 2014. Ao todo, são nove acomodações, cada uma com nome e inspiradas em personalidades do Rio de Janeiro, como Madame Satã ou Tom Jobim. “Os quartos são diferentes entre si, eu mesmo decorei com peças compradas por toda a cidade, são únicos”, conta Cano.

Pensando na comodidade dos clientes, o hotel também tem algumas regras. Apenas maiores de 14 podem se hospedar. “A propriedade tem muitas escadas, algo que achamos perigoso para crianças, e também acreditamos que nosso hóspede procura um refúgio”, explica Cano. Se as crianças não podem subir a ladeira até o hotel, os animais de estimação são bem-vindos, mas só os de pequeno porte, aqueles que pesam até cinco quilos.

Integração total com a comunidade

O hotel foi o primeiro empreendimento aberto após a pacificação dos morros ao redor. “A partir disso, outras pessoas voltaram os olhos para a rua e começaram a reformar e a cuidar melhor das propriedades”, ressalta Cano. Ele explicou que o hotel foi feito com trabalhadores das comunidades que a cercam e que a maioria de seus funcionários é do local. “Temos essa integração constante”, explica Cano, que até os uniformes mandou fazer por costureiras da localidade.

O casal fez um hotel boutique em um bairro nobre, porém, aos pés de uma favela, que ainda carrega todo estigma desse nome. O empreendimento integra as comunidades ao seu cotidiano e, com isso, mostra o melhor de dois mundos no Rio de Janeiro que, apesar de estar um ao lado do outro, acaba sofrendo um processo velado de segregação. Com isso, foi criado a “Mosquito Experience” que a experiência de estar hospedado nesse empreendimento tão singular que é a Casa Mosquito.

Tours

Se o hóspede quiser conhecer o cotidiano nas comunidades do Rio de Janeiro, a Casa Mosquito oferece dois tipos de tours. Um deles é até a Rocinha, com, no máximo, duas pessoas, os turistas visitam a Rocinha caminhando e com uma moradora do local. Um dos garçons vive no Morro do Cantagalo e também leva os hóspedes para um tour de uma hora com o tema “street art”, já que no local há diversos grafites.

Novidades de 2015

Dia 08 de janeiro a Casa Mosquito ganhou mais um espaço, foi inaugurado o rooftop. Ele tem piscina, bar e festas ao fim de semana com música ao vivo. “Quem não é hóspede também pode freqüentar as festas e a programação sempre está na página da Casa Mosquito no Facebook”, completa Cano.

Ele ainda acrescentou que estão fazendo uma funicular, espécie de bondinho, que sai de um dos pátios e sobe até o rooftop, com paradas em todos os andares de quartos. “Os trilhos já foram colocados e dentro de dois meses vai estar em funcionamento”, contou.

Gastronomia

O café da manhã está incluso nas diárias. Cano recomenda que as geleias sejam experimentadas, é a avó dele quem faz. Duas vezes por ano, ela vem ao Brasil e passa três meses, vai à feira, compra as frutas e deixa as geleias prontinhas. Se tem restaurante? Cano diz que tem um chef. “Não há menu, o Carlos, nosso chef, vai à feira e, se os clientes querem um refeição, ele faz com os ingredientes frescos do dia”.

O nome

Você deve estar se perguntando porque o hotel é chamado de Casa Mosquito. “Louis e eu tínhamos um projeto de mudar de vida. Eu trabalhava em RH e ele é veterinário, mas queríamos uma vida diferente, então fizemos o Projeto Mosquito”, conta Cano. Quando acharam a casa no Rio de Janeiro e resolveram transformá-la em um hotel, o nome escolhido foi Casa Mosquito e tem até uma escultura do inseto por lá. Que tal conferir pessoalmente?

Serviço

Casa Mosquito
Endereço: Rua Saint-Roman, 222 – Copacabana, Rio de Janeiro
Tarifas: a partir de R$ 690 a R$ 1.089, de acordo com a suíte escolhida
Site: www.casamosquito.com
Telefone: (21) 3586 5042  e (21) 2523 1031

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