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Descubra os encantos do Peru

Um país que não esquece suas tradições. Mesmo moderno, com cidades em plena expansão, o Peru preserva suas tradições e raízes. Como exemplo, podemos citar centro histórico da capital, Lima, e Machu Picchu, ambos declarados Patrimônios Históricos da Humanidade pela Unesco e preservados pelos peruanos ao longo dos séculos.
Os contrastes de Lima, moderna e tradicional ao mesmo tempo, e toda a magia do Vale Sagrado, desde Cusco até a chegada à misteriosa Machu Picchu, serão abordados nessa matéria. A capital cresceu e se tornou uma metrópole e um dos melhores lugares do Peru para experimentar pratos típicos da gastronomia peruana tanto em restaurantes modestos como naqueles de chefs renomados. Já Cusco e todo Vale Sagrado se adaptaram às necessidades dos turistas sem perder suas raízes. A região tem aumentado o número de hotéis, inclusive os de luxo, a cada ano.

As muitas faces de Lima
Na costa central do Peru, às margens do Pacífico está a cidade mais populosa do país e também sua capital, a agitada Lima. Após 25 minutos de carro, o turista começa a ter as primeiras impressões do povo e da arquitetura local desde a saída do aeroporto Jorge Chávez. Os prédios modernos contrastam com construções de séculos passados. Lima é antiga, foi fundada em 1535 pelos espanhóis. A região metropolitana na qual está inserida tem mais de oito milhões de habitantes.
Lima foi durante 300 anos a cidade mais rica da América. Atualmente, está em pleno desenvolvimento econômico. As cadeias hoteleiras de vários países do mundo construíram em Lima unidades de seus hotéis. Há desde os mais simples até uma cartela de opções cinco estrelas. O bairro San Isidro, por exemplo, tem um Novotel aberto recentemente e uma unidade da rede Sonesta, qual também possui um empreendimento em San Isidro e outro em Miraflores, aliás, há também um Hotel Marriot na mesma vizinhança. Para os mochileiros, Lima oferece o Hostel Lima, da Hostelling International, localizado em Miraflores.
Obrigatório para quem está em Lima é conhecer seu centro histórico, que foi declaro Patrimônio Cultural da Humanidade em 1991 pela Unesco. É uma viagem através dos séculos visitar a Praça das Armas e seus monumentos espetaculares, como a Catedral de Lima, o Palácio do Governo, a Prefeitura de Lima e a clássica rota de igrejas, joias arquitetônicas de influência gótica, renascentista, barroca e neocolonial. A Praça de Touros de Acho, principal arena da América Latina, e o Bairro Chinês, possuidor de uma mescla das culturas peruana e oriental refletidas em sua arquitetura e culinária também são locais que merecem uma visita.

Miraflores
Se o centro histórico mostra toda a riqueza cultural da cidade, é no bairro de Miraflores que o turista pode ver o contraste entre o antigo e o novo. Às margens do Pacífico, levantam-se edifícios vanguardistas e centros comerciais. Mas é ali também que há casas do século 19 com lindos jardins e mesmo algumas mais modestas com proprietários que nasceram no local.
Em Miraflores fica Avenida Pardo, que é, na verdade, uma alameda. Ela é presença constante nos livros do premiado escritor Mario Vargas Llosa, assim como outros pontos do bairro. Atualmente, as árvores da Pardo não são mais aquelas descritas por Llosa, já que as originais foram arrancadas devido às raízes que arrebentavam as calçadas e foram plantadas novas na década de 60 e também colocaram bancos por toda sua extensão.  Apesar do tráfego intenso na região, ainda é possível curtir a beleza do local.
Para se divertir, Miraflores é um dos bairros mais indicados de Lima. No local, o turista encontra restaurantes, lojas, sorveterias, discotecas, boliches, bares, cinemas e teatros.

San Isidro
Outro bairro que deve ser visitado em Lima é San Isidro. É um verdadeiro centro comercial com muitas empresas e bancos. O poder monetário fez com que o local se tornasse reduto de bons hotéis, restaurantes e casas noturnas. Há, ainda, concentração de museus e a vida cultural é intensa.
É em San Isidro que fica o complexo arqueológico Huaca Huallamarca na rua Nicolas de Rivera, 201. O local foi utilizado pela tribo dos Huallas até a chegada dos Incas à Lima. Ali, foi erguida uma pirâmide, a Huallamarca, em meio à grande cidade. Ela passou por reconstrução recente. O complexo pode ser visitado de terça a domingo das 09h00 às 17h00.

Aproveite a gastronomia peruana na capital
Quando o assunto é comida o cardápio em Lima não tem comparações. Com uma infinidade de opções, o Peru converteu-se num dos destinos favoritos para os apreciadores de uma boa gastronomia. No coração da capital, com vista para o mar, restaurantes especializados em pescados e mariscos são os mais indicados para saborear o cebiche, prato típico peruano, que mistura peixe com limão e outros temperos.
Astrid & Gastón, restaurante do principal embaixador da comida peruana, Gastón Acurio, é visita obrigatória por elevar a culinária do Peru a nível internacional. Destaca-se pelo cardápio rico em pescados, batatas, pimenta e mariscos.
Mistura autêntica da cozinha peruana e tendências em alta no mundo, o restaurante Huaca Pucllana irá surpreender o viajante com iguarias que vão desde risotos até a tradicional batata recheada peruana, acompanhada de uma carta de vinhos de excelente qualidade. Considerado por muitos anos o melhor restaurante do Peru, La Gloria também não pode faltar no roteiro. Destaca-se por sua grande variedade de vinhos, além do atendimento intimista – que o torna ainda mais especial. Rosa Náutica possui mesas instaladas sobre um cais e é especializado em pescados e mariscos.
Restaurantes de todos os tipo estão em Lima. Chifas (restaurantes de fusão chinesa-peruana) e cevicherias; restaurantes de cozinha tradicional e regional peruana com nomes de referência internacional. Cozinha novo-andina com mediterrânea ou japonesa. Além de inúmeras lojas e mercados gastronômicos, como o de Surquillo, o mais conhecido, por sua variedade de ervas aromáticas, temperos e verduras; ou o Mercado de Produtores de San Isidro, paraíso gourmet cheio de caprichos delicatessen.
O turista pode, ainda, aventurar-se numa aula de gastronomia das melhores escolas gourmet ou ainda de prestigiados chefs de Lima – desvendando assim os segredos da deliciosa comida peruana.

De Cusco até Machu Picchu
Ao sul do Peru, a enigmática cidade de Machu Picchu é o sonho de viagem de muito turista. Mas para chegar até a cidadela inca há todo um caminho rico em cultura e história a ser percorrido. Para os que estão em Lima, são mais de mil quilômetros até a chegada à Cusco, porta de entrada do chamado Vale Sagrado, com seus pequenos povoados históricos.
Cusco é intensa em todos os aspectos. O umbigo do mundo oferece muito mais que ruínas e templos, igrejas e museus, artesanato e mercados populares – o que já não é pouco. Além desta riqueza bem explorada e investigada, os cusquenhos têm apostado em sua cidade, e investidores têm visto como desenvolver projetos que se integrem à arquitetura da cidade. Pouco a pouco, a cidade modificou-se para oferecer um vasto leque de hotéis, clubes noturnos para todos os gostos, restaurantes gourmet de todos os preços, design e vida cultural animada.
Além dos restaurantes renomados que a cidade oferece, a comida nas ruas não pode deixar de ser provada. Aposte em sanduíches do Oriente Médio (dentre eles os já conhecidos shawarmas e gyros, da Rua Procuradores), pizzas de forno a lenha, feitas com queijos locais, e as humitas e milho do vale – oferecidos pelas vianderas (feirantes) em época de temporada.
A cidade de Cusco é coroada pela fortaleza inca Sacsayhuamán com rochas que ultrapassam os nove metros de altura e as 350 toneladas de peso. Com pedras gigantes encaixadas com perfeição umas às outras, é provavelmente nesse local que o turista começa a se perguntar como uma construção tão peculiar pôde ser feita pelo homem há tantos séculos. Essa pergunta se tornará trivial por todo o caminho que leva até Machu Picchu.
Uma opção para quem quer conhecer melhor todo o misticismo da região é participar de uma das cerimônias noturnas de adoração aos espíritos e aos deuses da noite que acontecem bem próximas à Cusco. As visitas guiadas incluem conhecer o Templo de los Monos, a enigmática Zona X, e especialmente o Templo da Lua, que está numa caverna de pedra lavrada por mãos expertas e na entrada a figura de duas serpentes (as serpentes significavam sabedoria para os Incas) em baixo-relevo, e ao fundo do corredor, está uma mesa, também de pedra, e em algumas noites do ano – através de um orifício feito na parte alta desta construção – a lua se reflete com trêmula claridade nesta mesa de pedra.

Explorando o Vale Sagrado
Saindo de Cusco, é hora de começar o caminho pelo Vale Sagrado até chegar à Machu Picchu. O Vale possui duas vias de acesso: a estrada asfaltada Cusco-Pisac (cerca de 30 quilômetros da cidade de Cusco) ou a estrada asfaltada Cusco-Chinchero-Urubamba (cerca de 72 quilômetros da cidade de Cusco). Ônibus partem a cada hora e também há serviço de trem, mas a maneira mais divertida e agradável de chegar até lá é de carro ou van (você pode até mesmo alugar um táxi em Cusco e pedir que façam o passeio completo). Assim é possível fazer paradas e descobrir os pequenos segredos que guarda o caminho. Um deles é Maras, distrito de Urubamba, a 50 quilômetros de Cusco. A cidade foi fundada durante o período colonial por Pedro Ortiz de Orúe, aonde os incas chegaram quando foram expulsos de seus palácios em Cusco. Ao noroeste do povoado são encontradas as salinas, depósitos naturais de sal formado por três mil pequenas piscinas. As cores das montanhas são refletidas nas piscinas quando o sol se põe, tornando a vista deslumbrante. E o sal é extraído e embalado para comercialização nos mercados da área.
Moray (cerca de sete quilômetros de Maras) é o único sítio arqueológico da região, famoso por seus terraços circulares: um anfiteatro construído numa cratera artificial, que penetra até 150 metros dentro da terra. Segundo os especialistas, foi um centro de pesquisa dedicado à experimentação agrícola que permitia trabalhar com mais de 250 espécies da flora. Apesar de todos os estudos realizados na região, o mistério ainda assombra a sua história. Alguns cientistas asseguram que os terraços circulares antecedem ao período Inca e que ainda há muito para descobrir.
Pelo caminho, serão encontrados ainda outros povoados que merecem destaque, como Pisac, Ollantaytambo, Chinchero e Urumbamba. Pisac tem povo mestiço e foi construído pelo vice-rei Francisco de Toledo em ruínas incas. Todo domingo é celebrada uma missa em quíchua com a participação de prefeitos indígenas de cidades vizinhas, vestidos de Varayocs (vara em punho, que indica poder de comando). Colorido, cheio de artesanato, verduras, frutas frescas e raros objetos de colecionador, o famoso mercado de Pisac (todas terças, quintas e domingos na Plaza Mayor) atrai milhares de turistas todos os anos. Cafés e restaurantes oferecem lugares interessantes para relaxar e reunir-se em antigos solares de imensos portões. Lá estão o Ulrike Café, que tem o melhor bolo de cenoura e strudel de maçã do Vale e o Mullu, de Josip Orlovac e María Eugenia Werner, um café de toque natural em plena Plaza de Armas. Seus sucos e smoothies são perfeitos para recuperar o fôlego. O café prepara ainda um delicioso lombo recheado. No primeiro andar existe ainda uma galeria de arte e uma lojinha, na qual é possível comprar jóias de prata desenhadas por María Eugenia, além de lindas camisas.
Ollantaytambo é um povoado tranquilo. É o refúgio ideal para quem deseja escapar do agito da cidade de Cusco e desfrutar de uma relaxante estância e magnífico sítio arqueológico inca, construída sobre duas colinas, com vista para o Vale. Este complexo militar, administrativo, religioso e agrícola ostenta em seu cume um templo principal com sete rochas gigantescas de granito vermelho, gravados com motivos misteriosos. Dizem que poderia ter sido uma fortaleza ou templo solar. Segundo a lenda, era de um grande homem que caiu de amores pela princesa Cusi Coillor, filha do Inca Pachacútec, que se opunha à união.
Chinchero é uma cidade encantadora, conhecida como “terra do arco-íris”, localizada numa planície alto-andina. Foi uma das mais importantes cidades do império, devido às terras férteis, de onde nascem batatas, ollucos, ocas, feijão, cevada e trigo. Suas construções refletem a influência da passagem dos espanhóis durante sua conquista e ocupação. É no povoado que fica a igreja católica principal, que data do século 17, e que foi construída sobre as ruínas de um grande palácio.
Todo domingo de manhã há um mercado realizado pelos moradores nativos em que ainda se podem ver alguns velhos costumes, como o escambo (troca de mercadorias), e alguns tecidos fabulosos da área. O mercado é um verdadeiro espetáculo de cor e movimento, já que os nativos descem as montanhas para oferecer seus produtos vestidos em roupa de gala.
O povoado de Urubamba fica no coração do Vale Sagrado e seu clima é simplesmente extraordinário. É também conhecido pela suas paisagens incríveis, entre as quais se destacam pitorescos prados dos sonhos. A cidade era um importante centro agrícola do império e foi escolhida por muitos viajantes como residência. O turismo de aventura e a oferta turística da região têm crescido tremendamente. Você pode praticar esportes de pouco risco, como caminhadas e passeios a cavalo, como também optar pelos mais radicais: canoagem, mountain bike, bungee jumping, entre outros. Tudo isso, é claro, sempre sob a supervisão de guias especializados.
Além disso, surgiram interessantes opções gastronômicas no local, como El Huacatay, de Pio Vázquez de Velasco, uma das cozinhas mais criativas da região, com delícias como o nhoque com farinha de coca, carne desfiada e verduras teriyaki, malte e castanha de caju torrados, a sopa de milho roxo com frango, batata doce e creme de coentro e pimenta e o refogado de alpaca. Há também a bela fazenda Huayocari (Casa Fazenda Orihuela), onde são feitos almoços previamente combinados (huayoccari@qnet.com.pe).

Finalmente, a misteriosa Machu Picchu
Descoberta em 1911 por Hiram Bingham, historiador e professor da universidade de Yale, quem na verdade, se aventurou pela região buscando a cidade de Vilcabamba La Vieja, conhecida por ser a última capital dos Incas. Ironicamente este audaz aventureiro norte-americano foi conduzido a estas legendárias ruínas, por Pablo Álvarez, um pequeno menino indígena (pagando-lhe 30 centavos de dólares). Apesar de estarem aparentemente devoradas pela vegetação, mesmo assim, as construções de pedra mostravam seu esplendor. Bingham foi consciente desde o início da importância deste descobrimento, pois esse dia escreveu em seu diário: “Quem poderia acreditar no que eu encontrei?”.
Machu Picchu, nome que em quéchua significa “Montanha Velha”, está a 2.400 metros sobre o nível do mar em uma zona semi-tropical e cercada por uma aura de mistério. O Império dos Incas se transformou no mais importante do continente no século 15 logrando abarcar um vasto território na parte central e ocidental da atual América do Sul (o Peru está situado nesta posição). Sua capital foi Cusco, e Machu Picchu foi construída a 112 quilômetros.
Se em Cusco o turista já tem dúvidas de como as pedras gigantes foram alinhadas umas às outras, em Machu Picchu ele ficará ainda mais impressionado com o que vê. È dividida em duas grandes áreas, uma agrícola, formada principalmente por escadarias e recintos de armazenagem de alimentos; e outra urbana, na qual se destaca a zona sagrada, com templos, praças e mausoléus reais trabalhados com um incrível nível de perfeição. As escadas e canais de pedra lavrada são uma constante ao longo deste singular sítio arqueológico. Frente à cidadela, eleva-se o Huayna Picchu (em quéchua, ‘montanha jovem’), onde se chega após percorrer um enclinado caminho de pedra.
Atualmente, existem três formas de chegar a Machu Picchu: através de um cômodo trem que desce dos 3.400 metros da cidade de Cusco até os 2.400 metros de Machu Picchu; a pé – por uma antiga trilha inca que cruza montanhas e passa por outros esplêndidos complexos arqueológicos (como Phuyupatamarca e Wiñay Wayna) caminhando três dias para chegarão ponto final; e a terceira opção, de helicóptero até o povoado de Machu Picchu Pueblo, talvez a mais espetacular e com certeza a mais rápida para chegar ao principal destino turístico do Peru (visitado por mais de 400 mil pessoas por ano).  A época mais indicada para visitar toda essa região é de maio até agosto, meses nos quais quase não chove.

Daniel e Luciana foram e gostaram
O casal Daniel Lima, carioca, e Luciana Caveiro, paulistana, passaram dez dias no sul do Peru e contam a experiência

Depois de anos adiando o sonho conhecer Machu Picchu, por vezes achando que em um feriado prolongado seria suficiente, sugerimos que você jamais faça isso. Não vale a pena; tire alguns dias e aproveite para não somente conhecer Machu Picchu, mas também as diversidades naturais, culturais e sociais do Peru, pelo menos as do sul do país. Foram dez dias de viagem ao todo, de mochilão e albergues, dormindo cada noite em uma cidade diferente. Corrida e sem rotina, a viagem foi econômica e maravilhosa.
Fomos em novembro de 2010 para o Peru. Tudo foi decidido de última hora e o planejamento foi feito sem maiores detalhes, para podermos ficar mais livres e decidir o que fazer por lá. Lemos um guia de viagens confiável, listamos alguns objetivos e lugares que queríamos muito visitar, colocamos as mochilas nas costas e partimos pra Lima!
Escolhemos nos hospedar em Miraflores, um distrito da cosmopolita cidade de Lima. Um bairro charmoso e boêmio, com cafés, restaurantes, hostels e muita agitação. Com um parque florido como referência principal, todo o bairro é repleto de flores, que ajudam a aumentar a atmosfera romântica que se tem em direção à costa e ao Parque de los Enamorados. Assim que chegamos (pela manhã), fomos ao sítio arqueológico de Huaca Pucllana, que fica situado no próprio bairro e há alguns quarteirões do centro de Miraflores. Surpreendente pelo tamanho e pela evolução arquitetônica, o sítio emerge no meio da modernidade do bairro com uma onipresente e nostálgica lembrança dos povos pré-incas que habitaram a região. Após isso, nos dirigimos ao centro da cidade de Lima, a Plaza de Armas e suas imponentes construções, como o Palacio Del Arcebispo, a Catedral de Lima e o Palácio Del Gobierno.
No dia seguinte, fizemos um pequeno e rápido city tour com um ônibus turístico. A intenção não era essa; mas sim ir até Pachacamac, um importante sítio arqueológico à uma hora de Lima, que estava incluído no passeio. Realmente fantástico, com linda vista para o mar, Pachacamac é um sítio com extrema relevância histórica e cultural, que pode vir a nos ensinar mais e mais sobre os incas e culturas pré-colombianas que habitaram a região. Ao voltar a Lima, tomamos o ônibus em direção a Pisco, nossa próxima parada.
Nossos objetivos eram as Ilhas Ballestas e a Reserva Nacional de Paracas. Saindo cedo pela manhã de Pisco, fomos até Paracas e tomamos um barco até as ilhas. No caminho, parada obrigatória para contemplar o Candelabro, desenho no mesmo estilo das Linhas de Nazca. Apesar de ter sido feito num solo arenoso, misteriosamente, o desenho nunca se apagou. Como as Linhas de Nazca, não se sabe até hoje como foi feito nem por quem. Já as Ilhas Ballestas não são conhecidas como The Peruvian Galapagos à toa. São o habitat de milhares de pássaros, lobos marinhos e pinguins, alguns vindo às ilhas apenas para se procriar. A vida marinha fervilha ao passo que se navega. É um lugar onde o homem pode admirar a diversidade e fecundidade da Mãe Natureza.
Após este passeio, que durou toda a manhã, fomos à Reserva Nacional de Paracas. Foi um dos pontos altos da nossa viagem, com paisagens maravilhosas e inesquecíveis. Almoçamos ao final da tarde em um restaurante na própria reserva e experimentamos o cebiche, prato típico peruano feito com frutos do mar e peixe.
De “barriga cheia”, voltamos à Pisco e seguimos rumo à Ica, chegando à noite. No dia seguinte passamos o dia inteiro em Huacachina, um verdadeiro oásis (o único oásis da América Latina), lindo e aconchegante. Sentamos às margens do lago, bebemos umas Cusqueñas (cerveja peruana, e que cerveja!), comemos mais cebiche, ouvimos músicas e apresentações de dança típicas, subimos as gigantescas dunas e descansamos. Pelo final da tarde, decidimos entre o sand boarding e o sand buggying, decidindo pelo último. Adrenalina! Quase uma montanha russa, com a velocidade e as imensas dunas de areia (200 metros de altura) do deserto!
Seguimos então de ônibus leito noturno até Arequipa, outra parada importantíssima para nós, já que queríamos ir até o Canyon de Colca para observar o planado do condor andino. A cidade nos surpreendeu, e a achamos a mais bela e charmosa das que visitamos, com sua arquitetura blanca e os três vulcões (Chachani, El Misti e Pichu Pichu) que a vigiam incessantemente. Sua catedral é uma das mais lindas que já vimos.
No dia seguinte nos dirigimos ao Canyon de Colca, subindo a altitudes de mais de 4.900 metros de altura. Porém, os males da doença da altitude não nos atingiram tão fortemente, graças ao chá de coca (por sinal, uma delícia!) e às folhas de coca que mascamos. No caminho, paradas para observar a fauna, com alpacas, lhamas e vicunhas, os três tipos de camelídeos que habitam o Peru. Passamos por Chivay, vilarejo com ainda bastante tradição indígena (os camponeses ainda mantém suas vestes tradicionais), e nos hospedamos no vilarejo vizinho de Coporaque. À tarde fizemos uma pequena caminhada até um mirante para fotografar e admirar o Valle del Colca e os terraços de agricultura andinos pré-incaicos.
Voltando a Arequipa, satisfeitos, tomamos um ônibus leito noturno até Cusco. Machu Picchu, o ponto alto e nosso objetivo principal se aproximava. Chegando à Cusco pela manhã, fomos direto à minúscula cidade de Ollantaytambo, onde visitamos as ruínas de uma antiga fortaleza inca e admiramos as belas paisagens do Vale Sagrado, em meio às imponentes e brancas cadeias montanhosas andinas. Ao final da tarde, fomos de trem até Machu Picchu Pueblo (antiga Águas Calientes), pequena cidade na base das montanhas que sustentam Machu Picchu. Aqui vai uma dica: assim que chegar em Machu Picchu Pueblo, compre na cidade mesmo os tickets de ônibus e as entradas para o parque, para evitar filas monstruosas e perda de tempo no momento da visita à cidadela inca.
Acordamos cedo, antes de amanhecer. Chovia demais e tomamos o ônibus até Machu Picchu (vinte minutos aproximadamente). Chegando lá, ficamos frustrados… Havia parado de chover, pois estávamos a uma altitude acima das nuvens, mas o tempo nublado não nos permitia ver um palmo à nossa frente. Caminhamos e subimos os terraços agrícolas esbravejando. Porém, por volta das nove horas, as nuvens desapareceram e o sol resolveu aparecer. O que vimos então, foi uma vista completa e perfeita da Velha Montanha (Machu Picchu, em quíchua, idioma inca). Com pelo menos 172 recintos, caminhamos boquiabertos pelas duas zonas da cidade bem definidas: a zona agrícola e a zona urbana. Enquanto se caminha por suas magníficas edificações e seu engenhoso sistema de drenagem, é impossível parar de tirar fotos de todos os ângulos e detalhes. Infelizmente e apesar da vontade, não tivemos tempo de fazer o trekking até Huayna Picchu, pois teríamos de tomar o trem de volta a Cusco logo após o almoço.
Estupefatos e com nosso sonho realizado, voltamos de trem direto à Cusco. Uma cidade linda, agitada e limpa. Passeamos pelo centro, a Plaza de Armas, e admiramos suas igrejas. A vida noturna parecia ser promissora e merecia ser aproveitada. Porém, voltávamos para casa no dia seguinte cedo e o cansaço nos venceu. Afinal, não nos preocupávamos muito com o que deixaríamos de aproveitar, pois cada um de nós prometeu a si mesmo que iria voltar. Muita coisa ainda nos faz querer revisitar o sul do Peru, sendo que as Linhas de Nazca, o Lago Titicaca, a Trilha Inca e o Vale Sagrado dos Incas são os principais. Mas nem por isso ficamos menos satisfeitos, e voltamos com a sensação plena de que esta viagem fora, no mínimo, inesquecível.

Importante saber sobre o Peru

Moeda e formas de pagamento
A moeda oficial do Peru é o Nuevo Sol (S/.), dividido em 100 centavos. Circula com moedas de 5, 10, 20 e 50 centavos, 1, 2 e 5 Nuevos Soles e em cédulas de 10, 20, 50, 100 e 200 Nuevos Soles. O dólar norte-americano é aceito na maioria do comércio, restaurantes e estações de serviço de câmbio do dia.
A grande maioria dos estabelecimentos aceita os cartões de crédito mais conhecidos: Visa, Master Card, Diners e American Express. O uso de travellers checks tem limitações; consultar no estabelecimento se são aceitos.

Energia elétrica
A voltagem é 220. A maioria dos hotéis de quatro e cinco estrelas oferecem energia elétrica de 110W.

Vistos de turismo
Não é necessário para os cidadãos da maioria dos países da América e Europa Ocidental. Os cidadãos de Bolívia, Equador, Brasil e Chile não necessitam passaporte nem visto para entrar até determinadas regiões do Peru. Nestes casos, o prazo de permanência máxima autorizada é de 90 dias (prorrogáveis pela autoridade de imigração).

Bancos
O horário de atendimento ao público dos bancos no Peru é, em geral, de segunda a sexta, de 09h00 às 18h00. Desta forma, a maioria dos bancos atende aos sábados até meio dia. Nas principais cidades é possível encontrar caixas automáticos de diferentes bancos.

Câmbio de dinheiro
É recomendável trocar dinheiro em hotéis, bancos e casas de câmbio autorizadas (atendimento: 9:30 às 18h aproximadamente). O câmbio em relação ao dólar norte-americano é variavel, consulte antes de trocar seu dinheiro.

Gorjetas
No Peru, o valor da gorjeta é variável e dependerá de sua satisfação quanto ao serviço.

Segurança
Em caso de extravio ou furtos, comunique-se com a Polícia de Turismo em Lima: Jr. Moore 268, Magdalena del Mar | Tel: (01) 460-1060 / 460-0965 / 4604525

Comunicação
* É possível fazer ligações nacionais ou internacionais de telefones públicos. Os códigos de países e cidades estão na maioria das cabines.
* Para realizar ligações internacionais, disque: 00 + código do país + código da cidade + número telefônico.
* Para ligar entre cidades marque: 0 + código da cidade + número telefônico
* Os telefones públicos aceitam moedas e cartões que são vendidos em quiosques e supermercados. Verifique que está adquirindo o cartão da companhia telefônica que deseja utilizar. Não é possível realizar ligações à cobrar destes.
* Para obter informação de números telefônicos: disque 103 (serviço em espanhol).

Informação e assistência ao turista
O Peru conta com um Serviço de Informação e Assistência ao Turista denominado iperú, que poderá fornecer informação turística objetiva e imparcial, assim como assistência se os serviços turísticos recebidos não forem oferecidos de acordo com o contratado.
Contate o serviço 24 horas em todo o país:
Tel: (01) 574-8000

Serviço

Informações Turísticas
Promperu
www.peru.info

Como chegar
As companhias aéreas Lan, Tam e Taca têm voos diretos para o Peru.

Lan
A Lan tem voos para Lima a partir de São Paulo (SP), Brasília (DF) e Foz do Iguaçu (PR).   As passagens de ida e volta São Paulo-Lima têm tarifa a partir de US$ 419 de 02 de fevereiro até 16 de junho. Já Brasília-Lima-Brasília custa a partir de US$ 269 no mesmo período.  Os trechos Foz do Iguaçu-Lima-Foz do Iguaçu tem valor a partir de US$ 269 para a mesma época. As taxas aeropurtuárias não estão inclusas nesses valores.

Informações: www.lan.com e 0300 788 0045

Tam
A Tam tem voos diários de São Paulo para Lima. Para voos em fevereiro, tarifas a partir de R$ 570,12 ida e volta sem taxas aeroportuárias inclusas.

Informações: www.tam.com.br e 4002 5700

Taca
A Taca tem voos para Lima com saídas de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF) e Porto Alegre (RS). Para fevereiro, a companhia aérea tem passagens de ida e volta do Rio de Janeiro/ Lima/Rio de Janeiro a partir de US$ 479 e Porto Alegre/Lima/Porto Alegre a partir de US$ 559 com taxas aeroportuárias não inclusas.

Informações: www.taca.com

Onde comer

Lima

El Senõrio de Sulco
O restaurante em Miraflores serve comida peruana típica e proporciona ao cliente experimentar diversos  cebiches. O prato Degustacion de Cebiches oferece seis diferentes da iguaria para que o cliente tenha a oportunidade de experimentar os seus diversos sabores. Custa 75 Nuevos Soles e serve de duas a três pessoas.

Informações: www.senoriodesulco.com e ( 51 1 ) 441 0183

Rosa Náutica
No Espigão 4 de Miraflores, a vista para o mar é um dos destaques do restaurante Rosa Náutica. Especializado em pratos com frutos do mar, é possível experimentar além dos tradicionais cebiches, massas e risotos com diversos tipos de peixes e com o tempero peruano.

Informações: www.larosanautica.com e (51 1) 445 0149

Onde Ficar

Lima

Lima Hostel
Localizado na Av. Casimiro Ulloa 328, em Miraflores, o Hostel Lima oferece quartos triplos, quádruplos e múltiplos, comunicados com banheiro, além de contar com quartos duplos e de casal com banheiro privativo e TV a cabo. Tarifas a partir de US$ 14 por pessoa.

Informações: www.limahostel.com.pe e (51 1) 446 5488

El Tambo Peru
O local é ideal para quem quer o conforto de um hotel, mas gastando pouco. Localizado em Miraflores, ele conta com internet wiriless em todas as instalações, serviço de troca de moeda, restaurante e estacionamento. Tarifas a partir de US$ 68 por suíte para duas pessoas.

Informações: www.eltamboperu.com e (51 1) 219 4080

Cusco

Cusco Plaza I
Em prédio do século 18 restaurado para ser utilizado como hotel está instalado o Cusco Plaza I. Ele fica em frente à bonita Plaza Nazarenas e a 100 metros da Plaza de Armas. Todos os cômodos têm calefação. Tarifas a partir de US$ 65 a suíte para duas pessoas.

Informações: www.cuscoplazahotels.com e (51 084) 246161

Casa Andina Classic Cusco Plaza
Próximo à Plaza de Armas, o hotel tem bares, restaurantes e lojas a poucos passos de distância. È aconchegante e tem sala comum com lareira. A construção é colonial e o salão de café da manhã tem vista para a principal catedral da cidade. Tarifas a partir de US$ 110 para o casal.

Informações: www.casa-andina.com e (51 1) 213 9739

Pacotes

MK Travel
Seis noites no Peru, sendo duas em Lima, três em Cusco e uma em Machu Picchu forma o pacote Peru Milenar I. Inclui passagens aérea ida/volta, hospedagem com café da manhã, tour por Machu Picchu e também ticket de trem até a cidade. A partir de US$ 1360 por pessoa em apartamento duplo. Valor válido até 31 de março, exceto Carnaval.

Informações: www.mktravel.com.br e (11) 3052-3727 / (21) 2533-3015

CVC
A operadora oferece pacote de sete dias e cinco noites voando Lan com saídas de São Paulo. Inclui transporte aéreo ida e volta, traslados aeroporto/hotel aeroporto e passeios pelas cidades de Lima e Cusco e até Machu Picchu com almoço. Duas noites de hospedagem no Allpa Hotel & Suítes (Lima), duas noite no San Agustin International (Cuzco), uma noite no El Mapi (Ex Machu Picchu Inn), em Aguas Calientes em apartamento duplo (standard) com café da manhã. A partir de US$ 1.318 por pessoa (preço para embarque em 11 de fevereiro – em até 10 vezes sem juros).

Informações: www.cvc.com.br (11) 2191 8911

Agaxtur
Nove dias e oito noites é a proposta da Agaxtur para conhecer diferentes cidades do Peru. Inclui passagem aérea São Paulo / Lima / Arequipa // Cusco / Lima / São Paulo em voos regulares, classe econômica, uma noite de hospedagem com café da manhã e taxas em Lima. Arequipa e no Vale Sagrado, duas noites de hospedagem com café da manha e taxas em Puno e três noites de hospedagem com café da manha e taxas em Cusco. Além disso, passeios pelas cidades de Lima e Arequipa, passagem de ônibus de Arequipa a Puno, passeio às ilhas dos Índios Uros em Puno, passeio à las Chullpas de Sillustani em Puno, passagem de ônibus de Puno a Cusco, passeio à cidade de Cusco e  de meio dia ao Parque Arqueológico de Sacsayhuaman, e visita de dia inteiro à Machu Picchu e seguro viagem também fazem parte do pacote. A partir de US$ 1.849 por pessoa em apartamento duplo.

Informações: www.agaxtur.com.br e (11) 3067 0900