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Ekôa Park: conheça o novo parque ecológico de Morretes (PR)

Inserido na Mata Atlântica, em uma região reconhecida pela UNESCO como Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural Mundial, abre o Ekôa Park com a intenção de aproximar a natureza da vida de seus visitantes. A paisagem não poderia ser mais atrativa para um parque do tipo, aos pés da Serra da Graciosa, ele tem vista para as montanhas do Pico do Marumbi, que chegam a passar dos 1500 metros de altitude.

O nome Ekôa vem do tupi guarani e significa “morada”. A menos de 70 quilômetros de Curitiba, já no litoral paranaense, o parque, realmente, serve de morada para centenas de animais e insetos desse pedaço de Mata Atlântica. É comum ver tucanos e outros pássaros voando por lá e diversas espécies de aranhas tecendo suas teias como o Viajar é Simples pode comprovar antes mesmo da abertura do parque para o público, que acontece dia 03 de março.

O parque oferece três trilhas – Crédito: Sylvia Barreto

Com trilhas, atividades de educação ambiental, balão cativo, tirolesa, arvorismo e bolha humana, a ideia do parque partiu de Tatiana Perim, atual diretora do Ekôa Park e ambientalista de coração. Há quatro anos ela tem trabalhado no projeto. “A natureza nos ensina diariamente, nos inspirando a solucionar os problemas, além de melhorar significativamente nossa qualidade de vida. É essa experiência transformadora que oferecemos”, conta ela.

Para entrar no clima

Como o parque ocupa uma grande área, para que o visitante entenda a proposta, ele é convidado a começar seu roteiro em uma pequena sala com uma projeção 180º surpreendente. Ela mostra toda a evolução ecológica da região de Morretes em uma projeção mapeada que cria uma ilusão de abertura de uma janela para o universo. “A inspiração inicial foi a série Cosmos de Carl Sagan onde uma espaçonave percorre o espaço conhecido e de suas janelas vemos a evolução do universo”, explica Olavo Ekman, sócio e artista do Bijari, estúdio responsável pela projeção.

A porta de saída da sala leva até um caminho ao ar livre cheio de belos arcos, o Corredor dos Sentidos. Nele, o visitante caminha e vai se habituando aos sons, cores e cheiros da mata para depois poder escolher qual trilha fazer primeiro. Há três delas, todas bem delimitadas e autoguiadas, apesar de sempre haver monitores do parque pelo trajeto.

O Ekôa Park está completamente inserido na Mata Atlântica – Crédito: Divulgação

Entre a natureza e a arte

Um dos pontos fortes do Ekôa Park é a interação da natureza com obras de arte. Tendo Inhotim como inspiração, segundo Tatiana, o parque tem diversas intervenções artísticas criadas pelo artista plástico Tony Reis. Elas podem ser vistas em trilhas e espalhadas entre as atividades. Há uma mistura de objetos do cotidiano com a mata preservada, relembrando que o ser humano é parte integrante da natureza.

Além das obras de Tony Reis, as trilhas também possuem outras intervenções. A Trilha Histórica do Peabirú é mais longa das três com 1.190 metros. Não é difícil percorrê-la e ela aproxima o visitante de um dos principais caminhos que ligava o Brasil ao Peru utilizado pelos indígenas. A trilha original não passava pelo parque, porém, painéis mostram toda a história dela. É necessário cerca de uma hora para percorrê-la e é indicada para crianças acima de sete anos.

O parque é repleto de intervenções artísticas – Crédito: Divulgação

A Trilha da Mata é bem curtinha, apenas 553 metros, mas encantadora. Ela é cheia de objetos inusitados para aproximar o ser humano da natureza, como algumas molduras de um metro quadrado colocadas no caminho para mostrar o quanto de diversidade cabe no espaço ou um caminho um caminho de arcos exaltando a palmeira juçara. É percorrida em, no máximo, 30 minutos.

Quem quer observar pássaros com maior facilidade pode fazer a Trilha das Aves. Totalmente cênica, conta com uma torre que serve como observatório da biodiversidade do ecossistema local. Com 925 metros, ela leva uma hora para ser percorrida.

Parte da Trilha da Mata – Crédito: Sylvia Barreto

Apesar de serem trilhas fáceis, a dica é usar um calçado adequado, que não escorregue. Se for no período de chuvas, alguns trechos ficam lamacentos, o que favorece as quedas em caso de sapato que não seja ideal. Outro ponto importante é passar um bom repelente, que afaste borrachudos, como o parque está em uma área preservada, os insetos são abundantes.

Um pouco de aventura

Aquele visitante que quer adrenalina pode optar por algumas atividades complementares do Ekôa Park. No Morro da Aventura, tem arvorismo, tirolesa e bolha humana. No arvorismo são diversos desafios nas alturas em meio à floresta, um percurso com mais de 240 metros com muita adrenalina. No final do percurso está a tirolesa, com aproximadamente 160 metros de comprimento, passando por cima do lago principal. É nesse mesmo lago que o visitante pode entrar em uma bolha e sair andando pelas águas.

“O turista pode escolher fazer as três atrações extras em um pacote ou pagar separadamente por cada atividade que tenha interesse em fazer”, destaca a diretora. O arvorismo custa R$ 40, a tirolesa R$ 30, a bolha humana custa R$ 20. Quem escolher o pacote com os três paga R$ 90 no combo.

Tirolesa com 160 metros de comprimento – Crédito: Sylvia Barreto

Outra experiência que atrai, seja pela beleza ou adrenalina, é o balão cativo. Preso por cordas, ele sobe, mas não chega a navegar. São 40 metros de altura e a vista de cima do parque vale a subida. Para dar ainda mais emoção, os visitantes podem subir pendurados do lado do fora e descer por rapel! A atividade custa R$ 90 por pessoa e com o rapel fica R$ 120.

Dá para descer do balão fazendo rapel no Ekôa Park – Crédito: Sylvia Barreto

Aprender brincando

Para complementar toda a filosofia do parque de uso dos ensinamentos da natureza no cotidiano, há uma área especial dedicada ao aprendizado. Chamado de Tekôa, o local tem espaço para oficinas que ensinam sobre tecnologias sustentáveis, técnicas construtivas de baixo impacto, plantio e beneficiamento de alimentos. É possível, por exemplo, aprender como fazer saneamento básico, colher alimentos em uma horta local e até alimentar galinhas.

Para completar, há uma bela estrutura chamada de Varanda das Ideias para que os visitantes sentem, apreciem a vista e possam refletir um pouco sobre o aprendizado. Para finalizar, há uma pequena casa em desenvolvimento que funciona de modo totalmente sustentável.

Tekôa é a área de aprendizado do parque – Crédito: Divulgação

Comer e cochilar

Tem coisa melhor que fazer uma deliciosa refeição e, depois, cochilar na rede? Pois no Ekôa há a Oka, restaurante com buffet regional cheio de comidinhas saudáveis. O prato característico de Morretes, o barreado, pode ser encontrado lá. Trata-se de uma mistura de carnes de boi cozidas por mais de 12 horas e farinha de mandioca. Para acompanhar, purê de banana. A comida é cobrada por quilo (R$ 5,70 por 100 gramas).

Depois de provar as delícias da região de Morretes, o redário é um convite para momentos agradáveis de descanso ouvindo os pássaros cantarem e, quem sabe, sonhando, seja dormindo ou acordado.

Serviço

Ekôa Park
Abertura para o público: sábado, 03/03
Endereço: Estrada da Graciosa, Km 18,5 – São João da Graciosa/Morretes
Horário de funcionamento: sábados, domingos e feriados das 09h00 às 17h00
Ingressos: R$ 60 – comprar no local ou pelo site serraverdeexpress.com.br.
Site: www.ekoapark.com.br
Grupos: É possível locar o espaço para treinamentos, eventos corporativos e realizar visitas escolares

*A repórter viajou a convite do Ekôa Park