Intercâmbio para toda finalidade e idade

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13 de março 2012

Acabou-se o tempo que intercâmbio era só para jovens aprenderem um novo idioma. Atualmente, as agências do setor perceberam diversas tendências e aliaram seus conhecimentos para buscar produtos diferentes. Tem trabalho voluntário em destinos exóticos, cursos de turismo e gastronomia em renomadas instituições e até grupos especiais para idosos que querem se aventurar mundo afora.

Com 82 anos, o professor aposentado Waldomiro Barbosa Brito descobriu há 30 anos o prazer de viajar estudando e conhece atualmente 55 países. “Minha mulher e eu vamos pelo menos uma vez por ano para um destino fazer intercâmbio. Para nós, é a melhor coisa para nos mantermos ativos”, conta ele. A esposa dele, Mabel de Souza Brito, tem 87 anos e o mesmo prazer de viajar. “Às vezes viajamos com agências, mas tem locais que já fomos e voltamos por conta”, explica.

Com clientes idosos, como Brito e a esposa, a agência CI percebeu as oportunidades e acaba de colocar em sua prateleira roteiro para pessoas com mais de 50 anos aprenderem italiano e conhecerem as delícias da Toscana. “É o programa 50+, que dá suporte ao cliente desde o Brasil, com guia, e durante as duas semanas na Itália”, conta Jan Wrede,  diretor comercial da CI no Brasil.

Wrede explica que o programa é todo preparado para atender as necessidades dos clientes com mais de 50 anos. “É um público que não tem pressa, que quer se aprofundar no conhecimento, busca algo diferente daquilo que já viu”, ressalta ele. Por essa razão, no roteiro da Toscana, além de aulas de italiano, estão inclusas de culinária, conhecimento de vinhos e passeios guiados, todos de cunho cultural.

O primeiro grupo do 50+ que irá para Toscana sairá no dia 10 de setembro do Brasil. “Porém, já planejamos abrir mais grupos”, acrescenta Wrede. O programa de intercâmbio tem suas particularidades. “A duração é de apenas duas semanas, porque acreditamos que essa é média de tempo que o cliente do 50+ procura para uma viagem do tipo e a hospedagem é em hotel, já que é um público que talvez não queira mudar seus hábitos para adaptação em casa de família estrangeira”, explica o diretor comercial.

A CI planeja para o próximo ano lançar grupos do 50+ para países como Argentina, Espanha e Inglaterra. “São locais procurados por essa faixa etária”, ressalta Gabriel Canellas, gerente de produto educacional da CI. Ele acrescenta que a empresa envia pessoas de todas as idades para os destinos que trabalham, mas a vantagem dos grupos é o acompanhamento diário de guia e as atividades especiais. “Essa demanda de pessoas com mais de 50 anos sempre existiu, mas só agora começa a ser trabalhada de uma forma atenta pelo mercado, porque exige mais cuidado, assim como os grupos de adolescente que recebem acompanhamento em tempo integral”, ressalta.

Palavra de quem faz intercâmbio há 30 anos, o casal Brito diz que já ficou em casa de família, porém, tem preferido se hospedar em alojamentos estudantis nos quais consegue quarto privativo com banheiro. “Em Salamanca, na Espanha, por exemplo, ficamos em um quarto com banheiro e temos todas as refeições inclusas por pouco menos de R$ 200 por dia para os dois. Temos privacidade por um bom preço”, conta o senhor Brito.

Trabalho voluntário

Além do novo produto para idosos, não é só para os mais velhos que as agências de intercâmbio anunciam novidades. “Os jovens também encontram atualmente produtos diferentes, como o caso do grupo adolescente que lançaremos em 2013 para China”, comenta Canellas. Em 2012, pessoas de todas as idades também passaram a ter à disposição na agência o intercâmbio de trabalho voluntário no Nepal. “O cliente pode escolher entre trabalhar cuidando de crianças ou idosos”, ressalta.

O próprio Canellas, com 33 anos, embarcará em outubro para um mês no Nepal a fim de fazer trabalho voluntário com crianças. “Acredito que destinos como Índia e Nepal são procurados por pessoas que buscam algo maior que no intercâmbio tradicional, algo mais espiritual”, opina Wrede. Canellas diz que para ele é isso mesmo, vai ao encontro de uma renovação, e, por isso, promete até parar de fumar e beber para passar pelo desafio. Os interessados poderão acompanhar a viagem contada pelo profissional em blog no site da CI.

Cursos especializados

Aqueles que procuram uma nova carreira também podem se aventurar, por exemplo, na Austrália. O gerente Internacional de Educação do australiano Instituto William Angliss, Dan Mabilia, explica que a escola que representa tem cursos voltados para turismo, área de eventos, hotelaria e gastronomia. “Qualquer pessoa pode fazer, basta ter bom nível de inglês e segundo grau completo. Não é preciso ter estudo anterior na área que deseja ingressar”, conta Mabilia em sua passagem pelo Brasil para evento sobre intercâmbio.

Segundo Mabília, no Instituto William Angliss, há cursos com duração de seis meses até quatro anos, esses mais longos são universitários. “O que diferencia o ensino no Instituto é que há aulas em hotéis, restaurantes e outros estabelecimentos e o aluno tem contato direto com a área”, explica. Ele ressalta ainda que há um setor dentro da empresa especializado em encaminhar os formandos para vagas de emprego. “Além disso, sempre colocamos nos murais anúncios de oportunidades”, conta.

O investimento para seis meses de curso no Instituto William Angliss fica em torno de 7 mil dólares australianos. “Porém, tendo um visto de estudante, o aluno pode trabalhar 20 horas por semana, o que o ajuda a pagar os custos de estadia, por exemplo”, diz Mabilia.

O Instituto existe desde 1940 e alguns cursos, como o de gastronomia, tem 17 anos. Além das unidades australianas, em Sydney e Melbourne, há uma em Cingapura e serão abertas duas em breve, sendo uma na Malásia e outra na Tailândia. “Somos procurados não só por jovens em busca de uma carreira, mas por pessoas de 30, 40 ou 50 anos que já têm uma profissão, mas querem seguir sua verdadeira paixão, como, por exemplo, a gastronomia”, explica.

Os interessados nos cursos do Instituto William Angliss, seja para ter uma profissão ou para aprender sobre uma “paixão”, podem entrar em contato com a agência Ozzy Study, especializada em Austrália e Nova Zelândia, que pode dar suporte no Brasil com passagens e visto, por exemplo, e também na Austrália, já que possui quatro agências por lá.

Luciana Batista, diretora administrativa da Ozzy Study, conta que nos últimos anos tem percebido que os profissionais buscam cada vez mais cursos em suas áreas no exterior. “Na Austrália e Nova Zelândia trabalhamos com mais de 300 instituições que oferecem desde o curso de inglês comum até pós-graduação na área financeira, por exemplo, que é bastante procurada”, explica ela.

A profissional explica que uma das vantagens de estudar na Austrália é que tendo um visto de estudante (para pessoas que se matriculam em qualquer curso por mais de 12 semanas) há a possibilidade de 20 horas de trabalho por semana, mencionada por Mabilia. Esse tipo de visto, tirado no Brasil, custa R$ 1.007, porém, o viajante chega ao país com a possibilidade de trabalhar até mesmo na sua área. “Essa é uma das vantagens da Austrália, além do leque de opções de estudo em todos os setores que o país oferece”, ressalta.

As opções existem, seja na Austrália, na Itália ou até no Nepal. Não tem mais desculpa. Hoje em dia, seja qual for o seu foco e sua idade, é só pegar as malas e sair pelo mundo à procura de conhecimento porque, como diria o senhor Brito, “é a melhor coisa para afastar as doenças da cabeça”.

Serviço
CI
www.ci.com.br
Ozzy Study Brazil
www.ozzystudy.com.au
Institute William Angliss
www.angliss.edu.au

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