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Covid-19: Consequências nos pacientes recuperados podem impedir viagens de avião temporariamente

Eduardo Palacio, 38, tomou dois sustos no último mês. O primeiro ao descobrir que estava com covid-19. O outro veio depois que teve alta do hospital e recebeu uma notícia do médico: não poderia viajar de avião por dois ou três meses.

Editor de imagem de telejornal, Palácio foi afastado do trabalho quando teve sintomas leves da doença – febre baixa, fadiga e perda de olfato – e procurou um médico. Uma semana depois, tudo piorou e apareceu a falta de ar, com isso, voltou ao hospital, fez o teste para covid-19, que deu positivo, e ficou internado já com os pulmões bastante comprometidos.

Em consulta após receber alta, o médico explicou para Eduardo que, por conta das complicações que teve nos pulmões, viajar de avião nos próximos meses poderia causar embolia pulmonar. Além disso, ele deve ficar um ano fazendo exames para checar se os órgãos estão bem.

Para esclarecer melhor esse fato, o Viajar é Simples conversou com a infectologista Raquel Muarrek, da rede D´Or São Luiz. De acordo com a médica, desdobramentos como o de Palacio acontecem em 25% dos casos graves e em 10% do total.

“Quem teve covid-19 e ficou com os pulmões comprometidos pode ter embolia pulmonar em aviões, por isso não deve voar por três meses”, conta Raquel. A embolia pulmonar acontece quando as artérias dos pulmões são obstruídas por coágulos que, na maior parte dos casos, se formam na pélvis ou nas pernas e correm pela corrente sanguínea.

Pacientes recuperados que tiveram pulmões comprometidos podem ter risco de embolia pulmonar em aviões – Crédito: Canva

Quais são as outras atividades que devem ser evitadas para quem teve covid-19?

Segundo a infectologista, quem teve casos com comprometimento dos pulmões deve evitar uma série de atividades, incluindo os exercícios físicos. “É um risco, a pessoa, com uma simples queda, pode ter problemas de coagulação”, explica.

E, no que se refere às viagens, outra atividade comprometida é o mergulho. “No mergulho com cilindro também há o risco de embolia pulmonar para pessoas que tiveram complicações no pulmão durante quadro de covid-19”, acrescenta.

Nos casos mais graves, mergulho de cilindro até três meses após a recuperação não é recomendado – Crédito: Canva

A médica reitera que quem teve casos semelhantes ao de Palacio deve evitar todo tipo de atividades que exijam grande esforço por três meses, como trekkings. “Além disso, mesmo quem desenvolveu apenas sintomas leves precisa fazer um acompanhamento médico depois de recuperado, a doença é muito nova e ainda não sabemos todos os seus desdobramentos em cada caso”, finaliza.