Farol da Barra, em Salvador, abre para visitação

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24 de novembro 2011

O Forte de Santo Antônio da Barra, popularmente conhecido como Farol da Barra, promete ser um dos pontos turísticos favoritos para visitantes e turistas, no verão 2011/2012. Na edificação, que é a primeira construção do tipo na cidade, datada de 1534, está instalado o Museu Náutico da Bahia que possui um inestimável acervo sobre a história náutica mundial.
 
O forte tem esse nome porque, antes de se transformar em museu, foi habitado por três famílias de faroleiros que trabalhavam no local e que eram devotos de Santo Antônio, assim como toda a comunidade no entorno. Aliás, foram os atuais administradores do forte que resgataram a tradição da comemoração da Trezena de Santo Antônio no local, a partir do ano 2000.

A história do Museu Náutico da Bahia tem início em 1975, quando a Marinha do Brasil instalou na edificação o Museu da Nossa Senhora da Graça, que ressaltava os aspectos técnicos da hidrografia. Em 1995, o forte passou por um profundo processo de restauração e foi fechado. Após as obras, o museu ganhou a configuração que tem hoje, tornando-se uma importante fonte de informação sobre a Baía de Todos-os-Santos, Salvador, o início da colonização do Brasil e a formação étnica do brasileiro.
 
Logo na entrada do forte, o visitante depara-se com o Brasão Imperial, ainda da época de Dom Pedro II, mantido no mesmo lugar, mesmo após o advento da República (1889). A construção é cercada por cinco guaritas e grossas muralhas, que foram preenchidas com areia e cascalho para resguardar a edificação de possíveis tiros de embarcações inimigas. Durante as obras de restauração, partes das paredes (de pedra e cal) e do piso (de argento) foram descascadas e voltaram à sua forma original; agora ajudam o visitante a compreender como eram as construções da época.
 
Para o comandante Reuben Bello Costa, responsável pelo forte, o ponto turístico tornou-se obrigatório para quem visita a cidade. “O Farol da Barra é hoje um dos principais cartões-postais da Bahia. Unimos lazer e educação de uma forma interessante e pouco vista em outros lugares. Para se ter uma ideia, em 2010, nós batemos a marca de 7 mil alunos, de cerca de 340 instituições diversas, e mais de 35 mil alunos vindos de forma espontânea, seja para conhecer o museu ou para realizar pesquisas. Recebemos também mais de 58 mil pessoas, entre turistas e moradores da cidade”, conta.

Relíquias do Santíssimo Sacramento
 
O acervo do museu foi ampliado e ganhou novas relíquias arqueológicas da navegação brasileira. Lá, existem peças únicas do século XVII, resgatadas do Galeão Santíssimo Sacramento, naufragado na costa da cidade, em 1668. Além de canhões de bronze e ferro fundido na área externa, uma sala especial foi aberta apenas para a exposição de peças recuperadas em uma expedição científica, em 1976, conduzida pela Marinha do Brasil, com o apoio do Ministério da Educação e da Petrobras.
 
Içados de 40 metros de profundidade, após permanecerem submersos por 300 anos, esses achados subaquáticos, junto a instrumentos de navegação e sinalização, peças cartográficas e modelos de embarcações, ajudam a entender a rotina marinheira da época. Aliás, muitos pesquisadores são enviados de outros países, sobretudo Portugal, especialmente para estudar as relíquias.
 
“Essa exposição é importante porque esclarece alguns hábitos culturais da Europa do século XVII. Temos peças rústicas e sofisticadas, da argila à louça, que mostram as diferenças das classes sociais da época. Conseguimos também reunir partes importantes da própria estrutura do navio e até pedaços do casco foram preservados”, revela Bello.

Canhões de bronze e ferro fundido foram recuperados dos destroços do Galeão Santíssimo Sacramento – Foto: Rita Barreto/Setur
 
Outras exposições
 
No Museu Náutico da Bahia, a Sala Baía de Todos-os- Santos foi criada para informar ao visitante sobre características do sítio, com detalhes da parte física da baía, incluindo navegação, pesca, caça à baleia, coleta de mariscos, sincretismo religioso, batalhas, dentre outras atividades.
 
Na Sala de Instrumentos Náuticos encontram-se vários modelos de instrumentos, das mais diversas épocas, que vão do astrolábio ao sextante, fabricados em bronze. O espaço possui o primeiro Previsor de Marés da América Latina, datado de 1911, importado de Londres, Inglaterra.
 
A Sala de Miniaturas também é um espaço interessante e que chama atenção entre as alas da exposição. Nela, encontra-se uma obra doada pelo artesão baiano Maneca Brandão, com modelos de embarcações, de diferentes épocas, reproduzidas em garrafas de vidro, da era das grandes navegações ao período da República atual.
 
Por fim, na Sala da Cartografia, são apresentados modelos portugueses, franceses e holandeses originais de cartas náuticas da Baía de Todos-os- Santos, desde o século XVI. No espaço, também está exposto um modelo original de Sondareza, que ajudava os grandes navegadores a obter informações sobre o solo no fundo do mar.
 

 
Serviço
 
Como chegar
Largo do Farol da Barra, s/n – Forte de Santo Antônio da Barra – Barra
 
Funcionamento
De terça a domingo, das 08h30min às 19h (todos os dias em janeiro e julho).
 
Ingressos
Inteira – R$10,00
 Estudantes, professores e idosos – R$5
 Desconto – 20% nos pacotes das agências de turismo (inteira)
 Gratuidade – menores de 7 anos e deficientes físicos
 
Contato:
 Telefones – (71) 3264-3296 / 3331-8039
 E-mail – museu@museunauticodabahia.org.br

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