Maurício Martiniano, head de business solutions, data e insights do Google, apresentou painel sobre perfil do viajante brasileiro no Travel Connect 2023 - Crédito: Sylvia Barreto

Google mostra perfil do viajante brasileiro atual durante evento Travel Connect

por: Sylvia Barreto
19 de outubro 2023

Depois da pandemia o perfil do viajante brasileiro mudou. Essa é a afirmação, baseada em dados, de Maurício Martiniano, head de business solutions, data e insights do Google. Ele apresentou o estudo em painel ontem (18/10) durante o evento Travel Connect, realizado pela startup VOLL, em São Paulo.

A apresentação de Martiniano compara dados do Google e de outras instituições de antes da pandemia, de janeiro a setembro de 2019, aos de 2023 também até o mês de setembro. Uma análise revelada é que a porcentagem de novas pessoas com interesse em viagens cresceu 14%. Por outra lado, 4% de pessoas que antes se interessavam pelo assunto não se interessam mais, por motivos como perda de poder aquisitivo e encarecimento de custos. Portanto, o saldo de 2023 em relação a 2010 neste quesito seria de crescimento de 10%.

O percentual de pessoas que busca por viagens no Google cresceu 10% de janeiro a setembro de 2023 em relação ao mesmo período de 2019 – Crédito: Sylvia Barreto

E quais os interesses desses novos viajantes? Se em 2023, as buscas por rotas de até 250 quilômetros cresceram 156%. Ou seja, agora, os brasileiros começaram a ter mais interesse em destinos que estão a até 250 quilômetros de onde elas estão. Em contrapartida, as rotas acima de 3.500 tiveram uma queda de 77%. Então, vemos uma viajante muito mais interessado em rotas curtas, apontando para destinos nacionais. Tudo isso de acordo com o Google Internal Data Search.

O novo interesse por rotas curtas impacta também em outras buscas realizadas no Google. Dentro do mercado de turismo, os hotéis eram responsáveis por 35% das buscas em 2019 e subiu para 50% em 2023. A busca por companhias aéreas despencou, foi de 31% para 22%. A procura por aluguel de carros, por sua vez, foi de 3% em 2019 para 4% em 2023.

No universo das indicações, colocando todos os viajantes juntos, 30% ainda são mais influenciados por amigos e família na hora de viajar, 29% pelo Google, 14% pelo YouTube, 9% por blogs de viagem e 8% pelo Instagram. Porém, quando pegamos apenas a fatia dos novos viajantes, eles são ainda mais influenciáveis pela família, 39%.

Viajantes procuram mais por destinos mais próximos em 2023 se comparado com 2019 – Crédito: Sylvia Barreto

Outro impacto dos viajantes procurarem por rotas menores é o aumento na procura por viagens de ônibus, que cresceu 27,6% e tem hoje 9% das buscas. Os dados são relativos à análise de composição de categorias que envolve: Hospedagem, Aéreo, Ônibus, Intermediários, Planejamento, Fidelidade, Car Rental e Pacotes. Neste cenário, a busca por hotéis também aumentou muito, precisamente 100,9%, sendo agora a categoria líder em buscas com 48,4% do total do setor.

Quando falamos de marcas específicas, as companhias aéreas lideram as buscas. Gol e Latam são as primeiras. No que diz respeito ao interesse em tipos de destinos, praia está em primeiro lugar. No quesito “cidades”, Rio de Janeiro tem o maior volume de buscas no geral. Olhando apenas para cidades do exterior, a mais procurada é Orlando, na Flórida.

Outros dados importantes divulgados pelo Google é que 49% dos brasileiros nunca compraram nada referente à viagens durante a Black Friday e 44% do público começa a pesquisar sobre descontos de viagem na Black Friday com mais de um mês de antecedência. Esses são dados de Estudo encomendado pelo Google e realizado pela Offerwise em agosto de 2023.

No setor, ônibus e hotéis passaram a ser mais procurados no Google – Crédito: Sylvia Barreto

E para quem tem dúvida se o brasileiro é muito conectado ao não, de acordo com Martiniano, 85% dos brasileiros têm acesso digital. O executivo passou dados da App Annie, State of Mobile 2023, que o brasileiro passou 05h18 por dia em aplicativos no ano de 2022, sendo crescimento de 01h12 em relação ao ano de 2019. Sendo assim, no mundo, é o segundo país com mais horas em aplicativos, sendo a Indonésia a número um da lista. Em termos de downloads de aplicativos, o Brasil só fica atrás da Índia.

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