O relógio ainda nem marcava 08h00 nesta quinta-feira (13/01) quando uma multidão vestida de branco se reunia em frente à Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, ponto de partida para a tradicional caminhada de oito quilômetros rumo à Igreja de Nosso Senhor do Bonfim.
Maior festa religiosa da Bahia, a Lavagem do Bonfim reuniu, entre baianos e turistas, mais de um milhão de pessoas. Com o apoio da Secretaria de Turismo e da Bahiatursa, o cortejo saiu por volta das 09h00, acompanhado por 50 baianas, pela banda Jurema e o Maestro Reginaldo, além do Ilê Ayiê e os Filhos de Gandhi. “É necessário preservar as tradições dessa festa, que é uma das mais importantes do nosso estado. Os turistas precisam conhecer a grandeza das nossas manifestações culturais e estamos trabalhando para que estas festas voltem a ser um forte atrativo turístico”, afirmou a presidente da Bahiatursa, Emília Salvador Silva.
Nem mesmo o calor e a chuva passageira impediram que os turistas acompanhassem a caminhada até o fim. O casal gaúcho Luzia e Gerson Sales veio a Salvador pelo terceiro ano consecutivo para participar da festa. “Somos muito religiosos e viemos em 2009 pela primeira vez fazer um pedido ao Senhor do Bonfim. Fomos atendidos e, desde então, enquanto for possível, viremos agradecer e receber às bênçãos”, contou Luzia.
A festa também é, para muitos, a oportunidade de ganhar um dinheiro extra. A baiana Alaíde Matos, 62, vende acarajé há vinte anos em um tabuleiro localizado em frente à sede do Ministério da Fazenda. Nesta quinta-feira ela acordou um pouco mais cedo para garantir as vendas. “Para quem trabalha aqui a festa traz muita coisa boa. A gente acompanha o movimento e ainda ganha muito mais do que nos dias normais”, contou.
Por volta das 12h o cortejo chegou à Colina Sagrada, onde as baianas lavaram as escadarias da Igreja do Bonfim e o adro, cantando louvores a Oxalá e o tradicional Hino do Senhor do Bonfim.
Segurança na caminhada
Para garantir a segurança dos que participam da caminhada de fé, cerca de 2.500 policiais, entre militares e civis, foram distribuídos ao longo do percurso. Além do efetivo disposto no trajeto, postos elevados de observação, duas centrais de flagrante e um carro presídio auxiliaram o trabalho preventivo, ostensivo e investigativo necessário para que a festa transcorresse com tranquilidade.