Uma locomotiva a vapor Baldwin, de 1891, será o destaque do projeto do Trem Turístico de São Carlos, apresentado nesta semana em Brasília (DF). O projeto, elaborado pela prefeitura de São Carlos (SP), Fundação Pró-Memória e Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), tem por objetivo restaurar a locomotiva a vapor existente na cidade e implantar o trajeto de um trem de turismo cultural (nas áreas urbana e rural), entre a Estação Cultura (antiga Estação Ferroviária de São Carlos) e a Estação Conde do Pinhal, totalizando um percurso de cerca de 11,2 km quilômetros. Na primeira etapa, o projeto prevê 1,2 km de extensão de trilhos.
“O projeto do Trem Turístico amplia a oferta turística, assim como preserva e revitaliza o patrimônio ferroviário do município”, afirma Ana Lúcia Cerávolo, diretora-presidente da Fundação Pró-Memória. Ela esteve em Brasília juntamente com o assessor de Projetos Especiais da Prefeitura de São Carlos, Emiliano Saran Azevedo, para mostrar o projeto ao Grupo de Trabalho de Turismo Ferroviário.
O grupo é composto por representantes dos Ministérios do Turismo e Transportes, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e Inventariança da Extinta Rede Ferroviária Federal SA (RFFSA).
“O grupo de trabalho verificou que o projeto de São Carlos é viável”, informou Azevedo. A cidade de Santa Maria (RS) também participou com representantes do encontro, pois pretende implantar projeto semelhante ao de São Carlos no município gaúcho, que recebe turistas uruguaios e argentinos.
Restauração
Em janeiro, uma equipe de especialistas em equipamentos ferroviários esteve em São Carlos para avaliar a restauração da Maria Fumaça estacionada na Praça Brasil, na Vila Nery. Segundo a equipe, a locomotiva está em bom estado de conservação e sua reativação é viável apesar dos 120 anos de idade. A locomotiva Baldwin, fabricada em 1891, pertenceu à Companhia Douradense, à Companhia Rio-Clarense e passou para a Companhia Paulista, sendo doada pela empresa à prefeitura de São Carlos quando várias máquinas a vapor foram destruídas. O processo de restauração está sendo acompanhado pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano (Comdusc).