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Como é viajar de avião para o exterior na pandemia com a Copa Airlines?

Desde que começou a pandemia de covid-19, a aviação foi afetada. De acordo com dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA – International Air Transport Association), só em setembro de 2020, a demanda total (medida em receita por passageiro por quilômetro ou RPKs) foi 72,8% menor do que no mesmo mês de 2019 no mundo.

As companhias aéreas diminuíram o número de voos e, pelo menos no Brasil, começa, aos poucos, a retomada. Com a abertura de alguns destinos para turistas brasileiros, com ou sem teste de covid-19 obrigatório, empresas internacionais já voltaram com algumas frequências e planejam outras para os próximos meses.

A Copa Airlines é uma das companhias aéreas internacionais que começa a retomar seus voos no Brasil. Já são saídas de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília rumo ao Panamá. Em dezembro, é a vez de Belo Horizonte voltar a ter voos da Copa Airlines para o Panamá.

A Copa Airlines, aos poucos, retoma voos que ligam o Panamá às cidades brasileiras e outros destinos – Crédito: Rodrigo Barrionuevo

De seu hub no Panamá, o Aeroporto Internacional de Tocumen, a Copa Airlines também retomou várias frequências, como Miami, Nova York, Washington DC, Los Angeles e Orlando nos Estados Unidos; Santo Domingo e Punta Cana na República Dominicana; Quito e Guayaqui, no Equador e Cidade do México e Cancún, no México, dentre outros.

Para ver todo o processo da retomada dos voos e os protocolos de segurança da Copa Airlines, a equipe do Viajar é Simples (formada por mim, Sylvia, e pelo Rodrigo, que faz as fotos e vídeos) viajou em outubro a convite da companhia aérea para Cancún. Além disso, na oportunidade, também foi possível testar como os assentos da Copa nas classes executiva e econômica acomoda pessoas gordas e altas.

Antes de sair de casa
Para ajudar os passageiros nesta fase da pandemia e para evitar a covid-19, a Copa Airlines tem novas áreas no site com informações de documentação e implantou uma série de medidas de biossegurança. Tudo começa antes mesmo de sair de casa.
No site da Copa Airlines é possível verificar qual a documentação necessária para entrar em cada país que a Copa atua na época da pandemia e outras exigências, como quarentena obrigatória. Muitos pedem teste PCR negativo para covid-19, como é o caso do Panamá para quem irá permanecer no país. Quem vai fazer apenas conexão no Aeroporto de Tocumen não tem necessidade de apresentar o exame.

Cada país exige uma documentação diferente e a antecedência que o teste deve ser feito antes da viagem deve ser respeitada. Na hora do check-in, a Copa confere os dados e documentos e, caso algo esteja errado, é possível que o passageiro não possa embarcar. Tanto no Aeroporto de Guarulhos quanto no de Tocumen, no Panamá, existem laboratórios que fazer o teste de covid-19.

Pesquise bem a documentação e exames necessários para entrar em cada país durante a pandemia – Crédito: Sylvia Barreto

Com tudo certo, é hora do check-in. No momento, a Copa Airlines tem incentivado o check-in on-line com 24 horas de antecedência para diminuir o contato entre passageiros e equipe de atendimento do aeroporto. No caso, quem tiver malas para despachar, entra em uma fila específica só para fazer esse procedimento.

Para evitar filas e contato, faça o check-in on-line – Crédito: Rodrigo Barrionuevo

México exige exame de covid-19 para turistas?
Assim como outros destinos, é possível verificar no site da Copa Airlines quais as exigências do México para os turistas neste momento de pandemia. Até o fechamento desta matéria em novembro de 2020, o México não exigia exame de covid-19 para turistas de nenhum tipo.

O México também não pede que seja feita quarentena. Porém, é preciso preencher um formulário extremamente simples e guardar ou imprimir o QR Code gerado. Clique aqui para acessar a declaração.

Preenchemos a declaração, sendo uma para cada um dos dois passageiros, e imprimimos. No aeroporto do México, ninguém solicitou o documento preenchido. Na saída, foi necessário preencher mais um pequeno formulário para controle da covid-19 e, apesar de um funcionário fazer a checagem, ele não ficou retido.

ATENÇÃO: na imigração mexicana cada turista recebe um pequeno papel, um documento que controla a entrada e não te nada a ver com a pandemia. É muito importante que esse deocumento seja mantido durante a viagem e entregue na saída, caso contrário, o turista leva uma multa.

Chegou a hora do embarque
Uma coisa a pandemia melhorou na aviação: o embarque. Pelo menos a Copa Airlines está seguindo um protocolo de embarque por fileiras. Ou seja, não tem mais aquelas filas imensas para entrar no avião. Geralmente, antes da pandemia, as pessoas já se posicionavam em fila mesmo antes do embarque abrir e nem sempre havia uma entrada organizada por número de assento nas aeronaves, era aquela bagunça.

Embarque agora é feito por fileiras, começando pelas últimas – Crédito: Rodrigo Barrionuevo

A Copa Airlines chama fileira por fileira, nem adianta ir para a fila antes porque não vai entrar. Claro, ainda tem os preferencias, mas tudo muito organizado. E, agora, quem passa a passagem no scanner é o próprio passageiro, tudo para evitar contato. O passaporte deve ficar na página da foto e o cliente precisa mostrar para que seja conferido, só isso.

Na hora do voo, o que mudou?
Todos os voos que a equipe do Viajar é Simples fez com a Copa Airlines estava bem cheios tanto na classe executiva quanto na econômica, única exceção foi o trecho de Cancún para o Panamá em que o avião devia estar com uns 80% de ocupação. Sendo assim, não houve distanciamento social, os assentos estavam ocupados.

Caso haja assentos disponíveis, a companhia oferece a disponibilidade de distanciamento social. E, não é mais permitido mudar de assento sem autorização prévia de um comissário, mesmo que haja poltronas vagas.

Porém, se a quantidade de passageiros e o distanciamento não parecem ter mudado muito, os serviços da companhia estão adequados ao momento. Logo na entrada, por exemplo, o passageiro já recebe uma garrafinha de água porque o serviço de bebidas como conhecemos, com refrigerantes e sucos, está suspenso.

Aliás, o serviço de bordo é o que mais mudou visivelmente, pelo menos, na Copa Airlines. Não são mais servidas refeições quentes nos voos, mesmo no trecho entre Guarulhos e Panamá, que foi o mais longo da viagem feita. Isso acontece porque a companhia aérea faz o processo de desinfecção de tudo que entra na aeronave, como as embalagens de alimentos, então, este serviço foi simplificado.

Box servida na classe econômica do trecho Panamá-GRU – Crédito: Rodrigo Barrionuevo

Box servido na classe executiva durante a pandemia no trecho GRU-Panamá – Crédito: Rodrigo Barrionuevo

E como ficou o serviço de bordo? Bom, antes da pandemia, a Copa Airlines servia refeições quentes nos voos de longa distância, como na rota Guarulhos-Panamá, tanto na classe econômica como na executiva. A diferença é que os pratos e a quantidade de opções variava de uma classe para outra. E, também, as bebidas eram muitas, principalmente, na executiva.

Agora, o passageiro recebe uma caixa lacrada na classe executiva com água, um sanduíche frio, um doce e um acompanhamento nos voos mais longos. Na classe econômica, nos voos de maior duração, também é oferecido sanduíche frio, um snack e um doce, já nos de menor duração (como Panamá-Cancún), recebe um saquinho com um snack salgado, um doce e uma garrafa de água.

A classe executiva, claro, continua com a mesma configuração e com poltronas maiores do que a econômica, isso não muda. Porém, com a pandemia, o serviço de bordo nas duas classes ficou muito semelhante, antes, era uma diferença bem grande. Na executiva, por exemplo, havia uma variedade de bebidas alcoólicas que podiam ser consumidas ao longo de todo voo, coisa que não era possível na econômica.

Alimentos servidos na classe econômica nos trechos entre Panamá e Cancún – Crédito: Rodrigo Barrionuevo

Duas coisas que foram mantidas na classe executiva nos voos de longa duração: cobertores e kit de amenities. Os passageiros recebem uma nécessarie com alguns produtos de higiene, como escovas de dentes e creme para as mãos.

Outra mudança por conta da pandemia na Copa Airlines é que agora todos recebem um kit com luvas, máscara descartável e lencinho umedecidos para limpeza das mãos. O uso de máscara é obrigatório durante todo o voo.

Quanto ao entretenimento durante o voo, não mudou. Na classe executiva, havia telas individuais para todos os trechos e na econômica apenas para os trechos mais longos entre Guarulhos e Panamá. Do Panamá para Cancún não havia.

Nécessaire entregue na classe executiva do trecho GRU-Panamá – Crédito: Rodrigo Barrionuevo

Kit entregue aos passageiros de todas as classes em todos os voos – Crédito: Rodrigo Barrionuevo

Conforto das poltronas
Os aviões da Copa continuam os mesmos, então, o conforto nas poltronas é válido tanto para o período antes da pandemia, no atual e também depois da pandemia, até que as aeronaves sejam renovadas. Todos os voos realizados pela equipe do Viajar é Simples nesta viagem foram em aviões do mesmo modelo.

Somos duas pessoas altas e gordas. Essa jornalista que vos escreve tem 1.70 m de altura e 115 quilos. Já o Rodrigo, que faz as fotos e vídeos do site, tem 1.86 m e 145 quilos.

Na classe econômica, o espaço é exato para um corpo como o meu, não sobra e nem falta. Porém, se uma pessoa também gorda sentar ao meu lado, complica. Quanto aos joelhos, ficaram com uma pequena distância da fileira da frente. Não precisei de extensor de cinto, mas, caso precisasse, era só pedir aos comissários e eles nos dão.

Rodrigo na classe econômica da Copa – Crédito: Sylvia Barreto

Na classe econômica, Rodrigo fica bem apertado, inclusive com os joelhos no limite do espaço entre as poltronas. Por isso, ele escolhe sempre o assento do corredor. Veja mais como ficamos acomodados em vídeo no YouTube abaixo.
Em compensação, a classe executiva é perfeita para os mais gordos e altos. Mesmo nós dois viajando lado a lado, não fica nada apertado.

Rodrigo na classe executiva da Copa Airlines – Crédito: Sylvia Barreto

Classe executiva da Copa Airlines

Poltronas da classe executiva – Crédito: Rodrigo Barrionuevo

Na classe executiva da Copa Airlines – Crédito: Rodrigo Barrionuevo

Serviço de bordo foi reduzido em todas as classes, incluindo a executiva – Crédito: Rodrigo Barrionuevo

Os cuidados que não vemos
Além dos cuidados e diferenças que percebemos, como serviço de bordo e organização do embarque, existem outras mudanças por conta da pandemia que o passageiro não vê ou não percebe com facilidade. É o caso da desinfecção das aeronaves
A Copa Airlines já fazia o processo, mas ele foi reforçado e implementado antes de cada voo. Equipes especializadas da companhia aérea se encarregam dele com atenção especial para os pontos de alto contato. São usadas pistolas eletrostáticas, que permitem que o desinfetante tenha melhor aderência nas superfícies de difícil acesso.

O processo de higienização também foi reforçado nos aeroportos em que a Copa opera. Nos balcões dos aeroportos foram instalados acrílicos de proteção, bem como placas nas filas de espera, para que os passageiros mantenham a distância física estabelecida pelas autoridades sanitárias de cada país

E, tem algo que os passageiros não conseguem ver, mas que ajuda muito a não espalhar vírus pelo ar. Trata-se dos filtros HEPA que purificam até 99,97% das partículas de vírus e bactérias, semelhante a uma sala de cirurgia. Esses filtros não são novidade e nem exclusividade da Copa. Os aviões mais modernos da maioria das companhias já operava com eles, porém, na pandemia, a tecnologia ganhou visibilidade.

Conexão no Panamá
O Aeroporto de Tocumen, na Cidade do Panamá, é o hub da Copa Airlines. Muitas das conexões são, aparentemente, “apertadas” (coisa de uma hora), mas dá tempo. Isso acontece porque o aeroporto é bem organizado e sinalizado. Em comparação com o período antes da pandemia, o local está bem mais vazio.

O aeroporto panamenho agora tem um quiosque de laboratório que faz exames de covid-19 na hora. Mas, o ideal é que quem viaja já leve sem teste do Brasil se o país de destino requisitar para não perder tempo de conexão.

O Aeroporto de Tocumen está muito mais vazio durante a pandemia – Crédito: Rodrigo Barrionuevo

O Aeroporto de Tocumen também é famoso por suas lojas e bons preços de diversos produtos se comparados com os que pagamos no Brasil, mesmo com o dólar nas alturas. E, mesmo com apenas uma hora e pouco de conexão, conseguimos comprovar que os preços seguem bons.

Planejávamos comprar uma câmera GoPro 8 e acessórios no México, que tem um valor mais atrativo do que no Brasil, e acabou comprando em uma loja do aeroporto. O kit com a câmera, cartão de memória de 32 GB, bateria, carregador, acessório para usar o equipamento na cabeça e um bastão saiu por US$ 380. Tivemos uma economia em torno de R$ 1.000 em relação ao que gastaríamos no Brasil.

No aeroporto existem dezenas de lojas, além dessas de produtos eletrônicos, é possível encontrar outras com itens de beleza, maquiagem, cosméticos, roupas e acessórios. Se quiser fazer compras, vale a pena dar uma olhada. Como nos últimos meses não havia voos no Panamá, as lojas estão com boas promoções.

No Panamá, as regras de distanciamento social, uso de máscara e proteções de acrílicos também estão em vigor. O embarque e desembarque da Copa Airlines funciona da mesma maneira em todos os aeroportos pelos quais passamos.

Com conexões de mais de uma hora, dá para aproveitar os bons preços das lojas do aeroporto do Panamá – Crédito: Rodrigo Barrionuevo

Desembarque
Sabe quando o avião acaba de pousar e já tem gente desnecessariamente em pé? Pois bem, essa cena melhorou bastante. Agora, o desembarque é feito por fileira, começando das primeiras. Ou seja, como já não adiantava antes levantar antes da hora para sair mais rápido, agora adianta muito menos, a diferença é que se você levantar antes da hora agora vai levar uma bronca dos comissários.

Com o desembarque por fileira, a saída da aeronave também ficou muito mais organizada. Aliás, esse é um costume que poderia ficar depois da pandemia, o que você acha?

Tela de entretenimento na classe executiva – Crédito: Rodrigo Barrionuevo

Chegada em Cancún
No aeroporto de Cancún, as malas costumam ser bem inspecionadas antes de colocadas na esteira. Por isso, em tempos normais, é comum demorar para pegar a bagagem despachada. Porém, com a pandemia, esse tempo diminuiu um pouco.

Logo ao sair da área de desembarque, existem algumas pessoas uniformizadas que oferecem informação. Elas, realmente, dão informações corretas, porém, tentam te vender todo tipo de produto e, quando você diz que não quer tal serviço, perguntam se já tem o mesmo produto, onde comprou e quando pagou.

O melhor é já ir munido de informação. Se você já tem transfer agendado, basta se dirigir para a saída. No aeroporto de Cancún, os motoristas e agentes de viagem receptivos não podem ficar bem na área de desembarque com a plaquinha e o nome dos passageiros. Isso só é possível do lado de fora do aeroporto. Então, basta seguir reto e procurar a saída, assim que passar pela porta e ver o estacionamento, vai ver os funcionários das empresas de turismo receptivo.

A conclusão que tiramos dessa experiência foi que muita coisa mudou sim. Por mais incrível que possa parecer, algumas para melhor, como o embarque organizado. Dá para viajar e se sentir seguro, porém, o momento ainda não é o mais normal possível se compararmos com a vida que tínhamos antes da pandemia. Então, antes de viajar é preciso avaliar bem os prós e contras, principalmente, se informando com aquilo que as companhias, destinos e empresas de turismo estão fazendo para evitar a transmissão da covid-19.

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*A equipe do Viajar é Simples viajou a convite da Copa Airlines, porém, as informações deste texto são isentas e refletem a real experiência