Guerra impacta no valor do combustível - Crédito: Divulgação Latam

ABEAR alerta para impactos da guerra no valor da querosene de aviação

por: Redação
8 de março 2022

Em janeiro deste ano, a demanda por voos domésticos foi apenas 9% inferior em relação ao mesmo período de 2019 medida em passageiros-quilômetro transportados (RPK), segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Em 2021, o número geral de viajantes foi de 47% dos níveis de 2019. E, de acordo com International Air Transport Association (IATA) espera-se que isso melhore para 83% em 2022. Mas, com a invasão da Ucrânia pela Rússia, alguns dados mostram que o setor da aviação comercial tem mais obstáculos pela frente em 2022.

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) tem acompanhando permanentemente o impacto da guerra na Ucrânia para os valores do barril de petróleo. Sendo assim, constatou que as cotações se aproximam de US$ 140, maior valor no país desde 2008. Isso pressiona ainda mais o já elevado preço do querosene de aviação, QAV, que em 2021 alcançou seu maior patamar, acumulando alta de 76,2%, superando as variações do diesel (+56%), gasolina (+42,4%) e gás de cozinha (+36%), segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

E como o alto preço do combustível na aviação impacta o consumidor? Historicamente, é importante lembrar que o combustível responde por mais de um terço dos custos do setor, que por sua vez têm uma parcela superior a 50% indexada pelo dólar. Na prática, isso reflete um aumento no valor das passagens, além de outras consequências.

A ABEAR explica que o consequente encarecimento do QAV nos curto e médio prazos poderá frear a retomada da operação aérea, o atendimento logístico a serviços essenciais e inviabilizar rotas com custos mais altos, incluindo o foco na expansão de mercados regionais, num setor que acumula prejuízo de R$ 37,4 bilhões de 2016 até o terceiro trimestre de 2021, impactando também o transporte de cargas e toda a cadeia produtiva do turismo.

A associação defende que medidas emergenciais de contenção de preços que possam ser tomadas durante a vigência do conflito incluam o QAV, amenizando dessa forma a crise do setor.

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