O Acadia National Park, no Maine, recebe cerca de 4 milhões de visitantes por ano - Crédito: Sylvia Barreto

Turismo no Maine: como conhecer o Estado usando carro elétrico

por: Sylvia Barreto
6 de março 2024

Sempre que eu falava que gostaria de conhecer o Maine, nos Estados Unidos, muita gente me olhava com cara de espanto. Para “piorar”, eu costumava acrescentar que meu marido queria ir junto. Mesmo meus amigos jornalistas que também escrevem sobre turismo achavam a ideia estranha.

Quando falamos do Maine no Brasil é comum ouvir perguntas como: “Por que você quer conhecer esse lugar?”, “Onde fica?” ou “O que tem lá?”. A localização é o mais fácil. O Maine faz fronteira com o Canadá e está 500 quilômetros ao Norte da cidade de Nova York, na região chamada de Nova Inglaterra.

E o que atraia meu marido e eu para o Maine? Li alguns livros que se passavam no Maine (infelizmente, não lembro quais) e fiquei com vontade de conhecer de perto as paisagens descritas, com vários faróis antigos. Meu marido tinha vontade de provar as famosas lagostas do Maine e as ver as áreas verdes.

As cidades mais ao Sul do Maine estão a cerca de 500 quilômetros de NYC _ Crédito: Rodrigo Barrionuevo

Somos um casal que acha a distância de 500 quilômetros nas estradas dos EUA bem razoável e pensamos que seria ótimo uma hora esticar de Nova York para o Maine, fazendo uma parada, quem sabe em Boston, no Estado de Massachusetts, ou em New Hampshire, um Estado que já conhecíamos e quem não tem imposto para bens de consumo.

Assim fizemos em setembro de 2023. Olhamos o mapa, vimos alguns lugares que queríamos conhecer e decidimos ir com um carro elétrico, um Tesla para ser mais específica. A empresa Mobility, que reúne diversas empresas de locação e o cliente pode comparar e escolher a mais adequada para sua viagem, nos ofereceu o veículo, um Tesla Model 3, e só faltava fazer nosso itinerário.

No site da marca Tesla é possível ver os pontos de recarregamento dos carros

De Nova York ao Maine de carro elétrico

Pegamos o carro no Aeroporto JFK em Nova York na locadora Hertz. Após o check-in no balcão, os clientes são direcionados para o local que estará o carro. Se é um carro a combustão, é só pegar e sair, mas, no caso do Tesla, um funcionário vai te dar as instruções caso nunca tenha dirigido um antes, era nosso caso.
Não fomos para o Maine direto, nosso itinerário ainda incluía uns dias na Big Apple, ida até a Filadélfia, mais ao sul, e, no fim, o Maine. E assim fizemos.

Uma das grandes preocupações era o abastecimento do carro. Se haveria ou não postos de recarga suficiente no nosso caminho. Descobrimos que o Tesla faz todo o trabalho por nós. Basta colocar no computador de bordo o destino e ele faz o trajeto considerando os locais de abastecimento.

O mais ao Norte que chegamos no Maine foi na cidade de Orono e não encontramos dificuldade para recarregar o carro. Claro que por lá os pontos de carregamento são mais escassos do que em Nova York, mas não passamos nenhum perrengue.

O computador de bordo do carro indica os caminhos que devem ser feitos levando em consideração as paradas pra recarga – Crédito: Sylvia Barreto

Os locais de carregamento podem estar em: hotéis, supermercados, postos de gasolinas, lojas Tesla e centros de compras. Pelo menos, foram os lugares que vimos ao longo do caminho.

Nosso carro vinha com um kit de adaptador, sendo assim, ele podia ser recarregado não apenas em carregados Tesla, mas de outros tipos. Algo importante de saber é que existem os superchargers, que são os carregadores de carga rápida e os demais, que são de carga lenta e demoram horas.

No caso dos supercharges, o Tesla era recarregado em cerca de 50 minutos se estivesse quase sem bateria. Os últimos 10% demorar mais para carregar. Chegamos a usar os recarregadores lentos com o adaptador e eles ajudam quando queríamos colocar só um pouco de carga.

Na maioria dos locais o carregamento é pago e vai direto para o cartão registrado na locadora, pelo menos, no caso da Hertz. Como a gasolina é mais barata nos EUA do que no Brasil mesmo convertendo dólar em real, é pouca a diferença de preço se compararmos as recargas elétricas ao combustível. Mesmo assim, ainda é ligeiramente mais barato recarregar um carro elétrico.

A principal dica para você que vai viajar com um Tesla ou qualquer carro elétrico é: programe-se para os abastecimentos. Mesmo que o carro faça todos os trajetos por você, antes de viajar, entre no site da Tesla, veja os locais de carregamento e adicione essas paradas em seu roteiro.

L.L.Bean: um ícone do Maine – Crédito: Sylvia Barreto

Primeira parada no Maine: Freeport
Não lembro por qual cidade entramos no Maine, apenas me recordo bem que vi uma placa com o lema do Estado: “The way life should be” (“A maneira que a vida deveria ser”, em tradução livre). Achei interessante e fiquei curiosa para saber se sairia de lá com essa certeza da frase.
Uma parada estratégia no Maine antes de chegar no nosso destino do dia: Freeport. Foi escolhida só por estar no caminho mesmo e porque tinha um centrinho de compras. Ao chegar lá, descobrimos que foi uma ótima opção meio aleatória.

Na cidade fica a curiosa flagship da marca L.L.Bean. Nunca ouviu falar? Eu também até começar a pesquisar sobre o Estado. Criada em 1912 por Leon Leon Leonwood Bean, a marca é forte até hoje e oferece mais de 140.000 itens dentre roupas e acessórios ligados, principalmente, a esportes e vida ao ar livre.
Um ícone da marca é a bota de couro feita manualmente. Na flagship de Freeport existe uma gigante e fazem fila para tirar uma foto com ela. Esperei ficar vazia e fiz a minha também. Diferenciais da bota? Material e durabilidade. É possível encontrar o seu par a partir de US$ 109,90.

Main Street de Freeport – Crédito: Sylvia Barreto

Nem conseguimos visitar a loja toda porque é muito grande. Vi que tem artigos para pesca, caça, esqui, caminhadas, entre outros. Quem usa tamanhos grandes pode ficar feliz porque lá a grade é, realmente, abrangente. Os preços, se comparados com lojas do mesmo tipo, são um pouco mais altos.
Atravessando a rua, tem um centro de compras e um outlet da marca. Sim, há preços melhores, mas nem tanto, difícil achar uma verdadeira pechincha. De qualquer maneira, vale procura.

Além da cidade ser muito charmosa, no número 100 da Main Street fica a Wicked Whoopies. Trata-se de uma loja só de whoopie, um doce com duas camadas de algo como um bolo de chocolate e, no meio, um delicioso creme branco, como um sanduíche. Há variações, mas o original é assim. Não se sabe ao certo se foi inventado no Maine mesmo ou na Pensilvânia. O importante mesmo é que o whoopie dessa loja foi o melhor que eu comi na viagem toda e, se eu soubesse disso, teria comprado uma caixa bem grande.

Wicked Whoopies em Freeport: melhor doce da viagem – Crédito: Sylvia Barreto

De Orono ao Acadia National Park

O Acadia National Park é um dos quatro parques nacionais do Estado do Maine. Fim de setembro ainda está relativamente quente no Estado, portanto, é alta temporada para as atividades ao ar livre, ou seja, acomodações cheias. Ele fica em Mount Desert Island, a maior ilha do Maine e segunda maior na costa Leste dos EUA, a primeira é Long Island.

A cidade mais próxima do parque é Bar Harbor, também localizada em Mount Desert Island. Porém, nela, todos os lodges estavam com preços altos na época que fui reservar, com apenas uma semana de antecedência. Como estávamos de carro, procuramos alguns hotéis mais distantes e encontramos o Black Bear Inn em Orono.

Hotel Black Bear Inn em Orono – Crédito: Sylvia Barreto

Orono fica a 87 quilômetros do Acadia National Park. Sim, eu sei, parece longe, mas não nos importamos. O Black Bar Inn é um hotel com ótima estrutura, estacionamento grátis e quartos espaçosos. Boa parte do hotel foi reformado e as acomodações estão novas, porém, a nossa ainda era antiga, mesmo assim razoável. Incluía café da manhã buffet com itens básicos, como pães, geleia, manteiga, lanches prontos, café e iogurte.

Não tivemos tempo de conhecer a cidade em si, apenas um centro de compras perto do nosso hotel que tinha uma Old Navy e uma Sephora. O Maine está ao lado do Estado de New Hampshire, que não tem impostos para bens de consumo, como roupas, sapatos e produtos de beleza. Mas, achei que o imposto no Maine não é alto, 5,5%. Acabamos achando boas promoções nas lojas que fomos e isso compensou.

No caminho do parque, na cidade de Ellsworth, havia um supermercado com carregador para o carro. Nos arredores de Orono também havia, porém, como no Acadia National Park não tem, queríamos fazer a recarga do carro elétrico no ponto mais próximo, que era a apenas 25 quilômetros de distância.

Existem bolsões de estacionamento no parque, paramos na entrada de Hulls Cove Visitor Center. Em umas máquinas são vendidos os ingressos do parque e entendemos que o nosso deveria ser o passe de US$ 35 que inclui sete dias de acesso de um veículo ao parque. Então, o ingresso não foi por pessoa, mas por carro.

Ônibus circula pelo parque durante o dia e as paradas são bem sinalizadas – Crédito: Sylvia Barreto

O Acadia National Park é enorme, são 47.000 hectares, permite diversas possibilidades de roteiros. Algo que nos ajudou muito foi ir até a recepção do Hulls Cove Visitor Center e conversar com um dos especialistas.

Havia uma pequena fila. O especialista pega um mapa, te mostra o parque e você diz quanto tempo tem para a visita e ele te dá as opções. Nós tínhamos apenas um dia. Podíamos escolher entre fazer nosso roteiro de carro ou com um ônibus gratuito que circunda o Acadia National Park.

Optamos pelo roteiro de carro porque imaginamos que o ônibus demoraria mais. A única desvantagem de ir com seu próprio veículo é que nos pontos principais os lugares para estacionar podem estar cheios. Qualquer estacionamento está incluído no valor que pagou para ter acesso ao parque.

Sand Beach – Crédito: Sylvia Barreto

Como estávamos um pouco fora do horário de pico, não tivemos dificuldade para estacionar. Porém, como era alta temporada, nos horários de maior trânsito, pode acontecer.

Seguimos o mapa, que tem os pontos de parada indicando lugares interessantes e com vista bonita ou início de trilhas. Fomos fazendo, basicamente, as paradas do ônibus. Vimos pontos como: Sand Beach, Thunder Hole (que tem uma linda vista do Golfo do Maine), Otter Cove (não a trilha, apenas no bolsão da estrada para ver a vista) e no Jordan Pond Path.

Fizemos apenas as paradas contemplativas. A Sand Beach é uma praia cercada por paredões de pedra, com uma bela paisagem. Não sei como é no alto verão, mas no fim de setembro, ventava um pouco e, apesar do dia ser de sol, não estava calor suficiente para entrar na água. Levamos um sanduíche e comemos em um cantinho, foi muito gostoso.

Nas imediações de Thunder Hole – Crédito: Sylvia Barreto

Banheiro e vestiário na parada de Sand Beach – Crédito: Sylvia Barreto

O Jordan Pond é o lago mais fundo e cristalino de Acadia e o segundo maior. Em uma de suas extremidades, há varias pedras grandes e algumas com formatos arredondados. Virou um ótimo ponto para foto, aliás, é a que está de destaque nesta matéria. Por conta da aparência arredondada das pedras, os visitantes costumam dizer que parecem bolhas.

A área de Jordan Pond também é perfeita para observar a paisagem glacial de Acadia. Há milhares de anos, o local era atravessado por geleiras que criaram vales no formato de U com lagos e caminhos de água que correm para norte e sul. De todas as paradas que fizemos, essa foi a que mais andamos desde o estacionamento. Mesmo assim, a trilha era bem fácil. Como o tempo era curto, não demos a volta completa no lago. Exige pouco esforço físico conhecer os principais pontos do parque se a pessoa está de carro, basta parar e andar alguns poucos minutos. Para quem quer fazer trilhas mais longas, existem várias, são 204 quilômetros se juntarmos todas disponíveis.

Otter Cove – Crédito: Sylvia Barreto

Jordan Pond – Crédito: Sylvia Barreto

As paradas no Acadia National Park costumam ter bons banheiros, lanchonetes e restaurantes. Também é permitido levar sua própria comida, que foi o nosso caso Quando paramos para recarregar o carro em um supermercado de Ellsworth, aproveitamos e compramos lanches.

O parque oferece áreas para campings e paradas para motorhomes e similares. As reservas abrem com dois meses de antecedência e tem valores muito atrativos, a partir de US$ 20 a diária. Acredito também que seja uma maneira incrível de explorar o lugar.

Importante saber que se você quer ir a alguns pontos do parque, talvez precise passar pela Cadillac Summit Road. Não foi nosso caso. Porém, se for o seu, é preciso fazer uma reserva do site oficial do parque (ou tentar comprar na bilheteria o acesso) e custa US$ 6.

Todas as informações sobre o Acadia National Park estão em seu site. Ele é bem completo e tem todas as informações que o turista precisa, apesar de, para quem nunca foi, pode parecer um pouco difícil de entender a dinâmica do parque só por esse site. Acredito que, como leu esse texto, terá uma ideia melhor.

Nos meses mais quentes, é possível fazer passeios de barcos turísticos em Bar Harbor – Crédito: Sylvia Barreto

Saindo do parque, fomos para Bar Harbor, que fica em Mount Desert Island. Na verdade, eu queria ter me hospedado lá. Há várias casas antigas e charmosas que transformaram em pequenos hotéis. Porém, como reservamos em cima da hora, estavam lotados ou com valores como US$ 200 por noite.

Nos contentamos, então, em passar algumas horas na cidade e jantar por lá, que foi o suficiente para conhecer os principais pontos. Importante dizer que na região existe uma temporada de baleia, que vai do fim de maio até começo de outubro. Nessa época, várias empresas de Bar Harbor oferecem passeio de observação desse mamífero. Infelizmente, não tivemos tempo de fazer.

Paramos o carro ao redor do Agamont Park, que parecia uma praça para mim. Importante verificar os horários de parada que tem custo no parquímetro mais próximo.

Vista do Golfo do Maine – Crédito: Sylvia Barreto

Perto desse local, existe um píer, que é exatamente onde os barcos de passeios param. A vista do golfo do Maine dali é das mais bonitas com as casas em estilo vitoriano ao redor.

Existem evidências de que os nativos americanos chegaram por ali há 5.000 anos. Naquela época, o lugar contava apenas com a beleza natural. Tempos depois, no início do século 19, chegaram os ingleses e franceses. Logo veio a “época de ouro” da cidade, descoberta por famílias como Vanderbilt, Rockfeller, Ford, Astor e Pulitzer, que construíram por ali suas mansões clássicas.

Em 1947, a ilha passou por um grande incêndio e parte dos prédios históricos foi destruída. Como a Grande Depressão e o recente imposto sobre rendimentos na época havia afetado o estilo de vida dos ricos, muitas casas não foram reconstruídas. Atualmente, as construções históricas que sobreviveram ao fogo voltar a passar por preservação.

Stewman´s Lobster Pound – Crédito: Sylvia Barreto

A lagosta é servida inteira – Crédito: Sylvia Barreto

Pequena e aconchegante, Bar Harbor pode dar a impressão de ser apenas um destino de férias. Porém, não é apenas isso. A cidade é o coração econômico da Mount Desert Island e tem a pesca da lagosta como uma indústria centenária e sempre próspera. É responsável pelo envio da iguaria para todas as partes dos EUA.

Por falar em lagosta, uma ida ao Maine não está completa se o turista não provar esse prato. O mais tradicional é e ferver a água e jogar a lagosta inteira, então assim provamos. Nós escolhemos o Stewman´s Lobster Pound para comer a iguaria.

Confesso que não gosto muito de lagosta, ainda mais quando ela vem inteira, como era a nossa. Optamos pela Lobster Experience (US$ 50). Em uma panela, a lagosta é servida acompanhada de milho, mexilhões e batatas. Dão até um avental bem turístico para colocarmos porque, realmente, faz sujeira abrir o crustáceo na mesa.

Achamos a Lobster Experience pequena para dividir e indicam mesmo para uma pessoa. Por isso, complementamos com uma entrada e dividimos uma sobremesa bem típica da região: torta de mirtilo. Aliás, provamos cerveja da mesma fruta, que estava bem gostosa. Não foi um jantar barato, com a gorjeta, ficou cerca de US$ 100. A contar que era um local turístico, com vista para o Golfo do Maine e que não sabemos quando vamos voltar, valeu a experiência.

Dão esse avental divertido para comer a lagosta – Crédito: Rodrigo Barrionuevo

Segue viagem pelo Maine: de Orono a Portland

Nosso último destino no Maine foi a primeira capital do Estado, Portland. Em 1832, passou a ser Augusta por estar mais ao centro. Mesmo assim, Portland é a cidade mais populosa com quase 70.000 habitantes.

Portland está mais próxima de Boston, a apenas 180 quilômetros, do que de Orono, onde me hospedei, ou do Acadia National Park. No meu trajeto até ela, parei em outra cidade: Bangor.

Se você é fã do escritor Stephen King provavelmente já ouviu falar dessa cidade do Maine. King é de Portland, mas tem uma mansão vitoriana vermelha famosa em Bangor. Ela fica no número 47 da West Broadway e atrai fãs.

King realmente morou por anos nesta casa e, atualmente, divide seu tempo entre Flórida e outra região do Maine. Em 2019, a Câmara Municipal da cidade aprovou o pedido do escritor e de sua esposa de virar um museu.

Casa de Stephen King em Bangor – Crédito: Sylvia Barreto

Por enquanto, a casa é uma residência mesmo e até ostenta uma placa indicando esse fato e proibindo a entrada. Os fãs podem se contentar em contemplá-la de fora.

King fez questão de colocar um portão sinistro preto e com morcegos e isso atraiu ainda mais pessoas. Em 2020, uma árvore de 300 anos comprometida por insetos foi transformada em uma escultura que representa uma pequena biblioteca pelo artista Josh Landry. Ele seguiu os anseios de Tabitha King, mulher do escritor, para fazê-la.

Toda a rua tem belas casas de estilo vitoriano. É um local bem tranquilo e só vemos movimentação mesmo em frente à casa de King com outros fãs passando e estacionando seus carros, como nós.

A cidade de Bangor inspirou King em várias de suas obras. A cidade fictícia de Derry, por exemplo, vista no filme It, A Coisa, é uma versão de Bangor, inclusive, com algumas cenas gravadas por lá.

Escultura no jardim da casa de Stephen King – Crédito: Sylvia Barreto

Seguindo viagem, fomos para nosso hotel na cidade de Windham, a 25 quilômetros de Portland. Também com preço acessível, estacionamento e café da manhã incluído, o hotel Microtel Inn & Suites by Wyndham Windham, 965 Roosevelt Trail foi nossa escolha para economizar. Para melhorar, tinha locais de recarga do carro bem próximos.

Microtel Inn & Suites by Wyndham Windham – Crédito: Rodrigo Barrionuevo

Nossa primeira parada na região de Portland foi no farol mais antigo do Maine, o Portland Head Light, de 1791. Ele fica no Fort Williams Park em Cape Elizabeth. Como está bem na entrada do Casco Bay, a vista por ali é bem bonita e, claro, sempre pontilhada por barcos.

Existe o Museu do Portland Head Light dentro do antigo Keeper´s Quarter. Ele abriga as lentes do farol, exposições e loja de recordações. O parque em si é ótimo para fazer caminhadas olhando a bela paisagem ao redor. De 01 de abril a 15 de novembro é cobrado estacionamento em algumas áreas do parque, como a mais próxima do farol, basta pagar no parquímetro.

Antes de seguir para o coração de Portland, paramos, ainda, em outro farol. Afinal, estamos no Maine, um Estado cheio deles. Paramos no Spring Point Ledge, construído no final do século 19. Quem se aventurar pelo caminho com blocos de granito maciço, pode chegar bem perto dele. De lá, consegui ver o navio MSC Meraviglia, que eu tinha viajado também em 2023.

Do Spring Point Ledge partimos para o centro de Portland. Achamos um estacionamento e resolvemos fazer tudo caminhando. O centro da cidade e o Old Port são bem próximos e parecidos.

O farol mais antigo do Maine: Portland Head Light – Crédito: Sylvia Barreto

Vista do Fort Williams Park – Crédito: Sylvia Barreto

Spring Point Ledge – Crédito: Sylvia Barreto

Pelo centro e em Old Port encontramos ruas de paralelepípedos e edifícios de tijolinhos do século 19. O centro é cheio de lojinhas descoladas, que vão desde comércio de roupas até petshops.

Paramos para almoçar no The Highholler Lobster Co (104 Exchange St). É um lugar de comida rápida, com mesinhas dentro do estabelecimento, na calçada e no quintal, que é cheio de grafites. Serve desde frutos do mar fresco até hambúrgueres e, claro, algo bem famoso no Maine: lobster roll. Basicamente, é um sanduíche de lagosta. É servido no pão de brioche com maionese de limão e jalapeño. O menor tamanho custa US$ 16 (achei pequeno) e o maior US$ 28.

Nós e o Portland Head Light

Continuamos nossa caminhada após o almoço e percebemos que, quando você está no centro da cidade e as ruas começam a ficar mais barulhentas e o cheiro do mar e de peixe invade nossas narinas, é um sinal que chegou a Old Port. Descendo mais um pouco, admiramos a paisagem cheia de barcos da enseada de Casco Bay.

Ruas de Old Port – Crédito: Sylvia Barreto

Portland tem o segundo maior porto de pesca da Nova Inglaterra. Além disso, movimenta também passageiros, sendo 41.000 apenas de navios de cruzeiros. Ou seja, prepare-se para um lugar bem movimentado.

Se for para o destino nos meses mais quentes, aproveite para fazer pelo menos um passeio de barco. Geralmente, a partir de maio já tem passeios e alguns vão até fim de outubro, outros, até setembro.

Lobster roll do The Highholler Lobster Co – Crédito: Sylvia Barreto

Portland chega a receber 41.000 viajantes de cruzeiro por temporada – Crédito: Sylvia Barreto

A empresa que escolhi foi a Portland Discovery Land & Sea Tours. Optei por um mais rápido, o Lighthouse Lovers Cruise, de apenas 60 minutos, e com valor de US$ 30 por adulto.

Era fim de setembro, o vento estava forte, então, em alguns momentos, precisei ficar na parte de dentro do barco. Ao longo do passeio, vemos a enseada com os barcos ficando longe e nos aproximamos mais das casas e, claro, dos faróis. Há passeios que param em algumas ilhas, não era o caso do nosso.

De maio a outubro há passeios de barcos turísticos disponíveis em Portland – Crédito: Sylvia Barreto

Vista ao navegar pela enseada – Crédito: Sylvia Barreto

Lembra os faróis Spring Point Ledge e o Portland Head Light que vimos em terra firme? Neste tour, conseguimos observá-los por outro ângulo: do mar. Foi uma das coisas que mais gostei desse passeio, poder ter outro ponto de vista e fazer mais fotos, claro.

Depois de ver belas paisagens no Maine, montanhas, lago, muito verde, mar e barcos, além de casas vitorianas e aquela tranquilidade de cidades menos populosas do que a que eu vivo, São Paulo, o lema do Estado ficou na minha cabeça: The way life should be.

A frase pode ser interpretada de diversas formas, claro, mas eu pensei que talvez a vida pudesse ser mais calma e tranquila. E, dentre todas as coisas, eu trouxe do Maine as memórias e essa sensação que podemos parar, observar a natureza e ir mais devagar.

Spring Point Ledge visto do mar – Crédito: Rodrigo Barrionuevo

Portland Head Light visto do mar – Crédito: Rodrigo Barrionuevo

*A viagem teve o apoio da empresa Mobility

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